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Polícia Brasil
Domingo - 29 de Agosto de 2004 às 17:16

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A execução do empresário Antonio Ribeiro Filho, de 58 anos, dono de uma imensa fortuna em terras, pode ter ligações com falsificações de documentos e vendas de terras em Mato Grosso. Filho foi assassinado com tiros de pistola Ponto-40 em pleno calçadão da Praia das Pitangueiras, no Guarujá-SP. Logo após o crime, às 8 horas do último dia cinco, a Polícia local recebeu a determinação de que as investigações correriam sob segredo de Justiça. Isso indica que nada mais poderia ser divulgado e a Polícia teria que manter silêncio sobre as investigações.

Nas primeiras apurações da Polícia Paulista, conforme entrevista do delegado Rui Augusto Silva, titular da Delegacia de Polícia Civil do Guarujá, o empresário assassinado era dono de uma imensa área de terras legalizadas, com valores astronômicos em Mato Grosso. Só que, ao tentar pagar os impostos, segundo conta o delegado, Antonio Ribeiro Filho descobriu que havia sido lesado.

As terras em Mato Grosso, como descobriu o delegado Rui Augusto, foram vendidas na calada da noite para outra pessoa. O pior, no entanto, é que ao se aprofundar nas investigações, o mesmo delegado também constatou que as terras do empresário assassinado foram vendidas mediante a falsificação de sua assinatura na escritura para a transferência de dono.

Segundo informações da Polícia Paulista antes da decretação do Segredo de Justiça, foi confirmado que a vítima também atuava no ramo de mineração no Estado. A Polícia de São Paulo informa ainda que o empresário já estaria tentando reverter o golpe, junto à Justiça Civil e Criminal, antes de sua morte trágica.

Dois dias depois do assassinato do empresário, a Polícia Paulista começou as investigações e prendeu dois agentes lotados na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (MS). Os dois negaram participação na execução, mas a Polícia já juntou algumas provas que podem incriminá-los. Outros dois homens que também teriam participação direta no assassinato do empresário continuam foragidos.

Os dois policiais civis, cujos nomes a Polícia Paulista mantém em sigilo, estão com prisão temporária decretada por 30 dias pelo juiz Luiz Francisco Tromboni, do Fórum do Guarujá. Os dois foram descobertos porque deixaram para trás um rastro de pista considerável.

Eles alugaram um apartamento no mesmo prédio onde Antonio Ribeiro Filho morava com a esposa, o Capitânia Varam Flat Service, no centro do Guarujá. No momento da prisão um deles ainda portava um recibo, onde constava que eles alugaram o apartamento na quarta-feira, um dia antes do crime. Além disso, um dos policiais usou um nome falso. Com eles a Polícia Paulista também apreendeu cinco aparelhos de telefone celular e duas pistolas calibre Ponto-40 com brasão da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de Mato Grosso do Sul.

Os dois policiais foram descobertos dentro do Aeroporto de Congonhas, na Capital Paulista, antes de embarcarem no vôo 1700 da empresa Gol, que partiria às 22h27 de sexta-feira (6), com previsão de chegada às 22h55 a Campo Grande-MS.

A Polícia Paulista também investiga uma tentativa de grampo telefônico que dois homens estavam realizando na mesma quarta-feira, um dia antes do assassinato do empresário Antonio Ribeiro Filho. Coincidência ou não, os grampos estavam sendo direcionados para os telefones da casa do filho do empresário, que mora num bairro de classe média-alta do Guarujá. O grampo, no entanto, foi descoberto por acaso.

De acordo com informações passadas pelo delegado Rui Augusto Silva antes do decreto de segredo de Justiça, o grampo foi descoberto por funcionários da companhia telefônica. Eles suspeitaram da presença de dois homens que mexiam na fiação eletrônica sem uniformes. Quando os funcionários se aproximaram os dois homens fugiram em um Fiat Uno. A queixa do grampo foi registrada no 15° DP de Itaim Bibi.




Fonte: 24Horas News

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