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Internacional
Quinta - 26 de Agosto de 2004 às 14:11

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Cerca de 1,3 milhão de norte-americanos passaram a viver abaixo da linha da pobreza em 2003, elevando o número total de pobres nos Estados Unidos para 35,9 milhões, anunciou na quinta-feira o governo dos Estados Unidos num relatório que deve alimentar as críticas democratas contra o presidente George W. Bush.

Apesar da recuperação econômica, a porcentagem da população norte-americana que vive na pobreza subiu de 12,1%, em 2002, para 12,5%, a proporção mais alta desde 1998, afirmou o Censo em seu relatório anual sobre a pobreza.

O número de residentes nos EUA que não possuem seguro-saúde também aumentou para o maior nível desde 1999, enquanto a renda permaneceu praticamente estagnada. A linha da pobreza foi estabelecida como uma renda anual de US$ 9.573 por pessoa ou de US$ 18.660 para uma família de quatro pessoas (duas crianças). Abaixo desses limites, a família gastaria cerca de um terço de sua renda com alimentação.

O candidato democrata à Presidência dos EUA, John Kerry, alega que a política econômica de Bush, que teve três cortes de impostos desde 2001, ajudou mais os ricos que os pobres e a classe média. Mas, para analistas, a taxa de pobreza costuma acompanhar o estado geral da economia, aumentando durante uma recessão e caindo em tempos de euforia. Os Estados Unidos vêm lutando para se recuperar do "pouso" de 2001, e a criação de empregos ficou atrás do crescimento do PIB.

A taxa de pobreza vem crescendo desde 2000, quando era de 11,3%. Seu registro mais baixo é de 1973, 11,1%. De acordo com o relatório do Censo, as crianças e grande parte das minorias raciais estão em situação pior que a população em geral. A taxa de pobreza entre as crianças subiu de 16,7% em 2002 para 17,6%, elevando o número de crianças pobres para 12,9 milhões.

A taxa de pobreza entre os negros permaneceu quase o dobro que a nacional, com 24,4% deles abaixo da linha da pobreza em 2003. No ano anterior, a proporção era de 24,1%.

A linha da pobreza estabelecida pelos EUA fica muito distante daquela definida pelo Banco Mundial, de US$ 2 diários per capita ou de US$ 1 ao dia por pessoa (pobreza extrema).

O relatório mostrou que a renda média entre todos os grupos étnicos permaneceu inalterada, em US$ 43.318 dólares anuais em 2003, enquanto o número de norte-americanos sem assistência médica subiu de 43,6 milhões em 2002 para 45 milhões.

Os democratas criticaram a decisão do governo de divulgar o esperado relatório no meio de agosto ¿ quando a maioria das pessoas está em férias ¿ em vez de manter a data tradicional do anúncio, em setembro.

"Ficamos imaginando se essas mudanças têm alguma coisa a ver com o fato de George Bush estar concorrendo à reeleição. Lembrem-se, a última vez que os números anuais do censo foram divulgadas em agosto foi em 1992, para esconder os dados ruins em ano de eleição", disse a campanha de Kerry num comunicado.




Fonte: Reuters

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