Mais de 11 mil voos foram cancelados. Estabelecimentos comerciais e bolsas de valores foram fechados. Além de chuva e vento fortes e inundações, metereologistas alertam para tempestades de neve. Após deixar ao menos 67 mortos no Caribe, o furacão Sandy deve atingir a costa leste dos EUA na madrugada desta terça-feira. Cerca de 60 milhões de pessoas deverão sentir os efeitos da tempestade. A consultoria Eqecat estima possíveis prejuízos no valor entre 10 e 20 milhões de dólares.
"Esta será uma grande e poderosa tempestade, e acredito que todos estejam tomando as providências necessárias ao longo de toda a costa leste", declarou o presidente Barack Obama nesta segunda-feira. Além de chuva e vento fortes e inundações, metereologistas preveem tempestades de neve. O furacão já atingiu velocidades de até 150 km/h. Dez estados norte-americanos e o distrito de Washington declararam estado de emergência. Os efeitos do furacão na costa deverão ser sentidos ao longo de 1,1 mil km, de Maine até a Carolina do Sul.
Em Nova York, a vida pública foi paralisada nesta segunda-feira. Por risco de inundação, duas pontes importantes foram interditadas. A circulação de ônibus, metrô e trens urbanos já tinha sido interrompida. A sede da Organização das Nações Unidas (ONU), escolas e tribunais também permaneceram fechados. As autoridades ordenaram que 375 mil pessoas deixassem suas casas, sobretudo no sul de Manhattan. Em Washington, a paralisação dos sistemas de metrô e ônibus que juntos transportam 900 mil pessoas por dia deixou o centro da capital vazio. O governo federal também parou os trabalhos nesta segunda-feira, algo que já ocorreu algumas vezes por conta de condições climáticas adversas.
Além de Nova York e Washington, outros dois importantes centros econômicos, Philadelphia e Baltimore, foram em boa parte paralisados. Estabelecimentos comerciais foram fechados, funcionários obrigados a trabalhar de casa, e o transporte público foi cerceado ou completamente interrompido. Mais de 11 mil voos foram cancelados no país.
Bolsas de valores
As bolsas de valores norte-americanas foram fechadas nesta segunda-feira e assim permanecerão na terça-feira, anunciou a New York Stock Exchange (NYSE). Se as condições climáticas permitirem, as bolsas serão reabertas na quarta-feira.
Esta é a primeira vez em que as bolsas ficam inativas desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, quando os mercados de ações foram fechados por quatro dias. Também é primeira vez desde 1985 que Wall Street permaneceu completamente fechada por causa de uma tempestade. A ameaça do furacão aumentou a insegurança de investidores internacionais. Na Alemanha, por exemplo, a Bolsa de Valores de Frankfurt fechou em baixa de 0,4%. As ações europeias caíram principalmente no setor de seguros, ameaçado pelos custos de reparos após o furacão.
Efeitos colaterais
Especialistas minimizaram os efeitos do furacão sobre a economia, dizendo que os setores de construção e comércio seriam aquecidos após a tempestade. "Enquanto furacões e outros desastres naturais são extremamente negativos para o bem-estar, geralmente são positivos para o crescimento", afirma Jason Schenker, da Prestige Economics.
Temores de falta de combustível por conta do desligamento de diversas refinarias ao longo do litoral foram tranquilizados, principalmente porque o consumo também foi nitidamente reduzido com motoristas sem sair de casa. "A disponibilidade de gasolina poderia ser mais afetada pelas ameaças de enchentes", disse Stephen Rajczyk, da organização de motoristas AAA.
Na tarde desta segunda-feira, Obama anunciou cortes de energia durante vários dias como consequência do Sandy. Os trabalhos de reparo após a tempestade devem levar tempo, disse em Washington. Quanto aos efeitos do furacão sobre as eleições presidenciais do próximo 6 de novembro, o presidente disse não estar preocupado. Obama e o rival republicano, Mitt Romney, cancelaram compromissos da campanha eleitoral.
"Este não é o momento de se fazer política", disse Jay Carney, porta-voz de Obama. O comitê de Romney também declarou ser tempo de unir esforços pela nação e seus líderes e se preocupar com aqueles que estão em perigo.
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