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Esportes
Segunda - 23 de Agosto de 2004 às 09:07
Por: Denise Mirás

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Atenas - Esta segunda-feira pode mudar a vida da ginasta Daiane dos Santos. Ela é a brasileira com chance de chegar à primeira medalha olímpica da ginástica artística da história do esporte no Brasil com sua apresentação do solo, no Olympic Indoor Hall, ao som de "Brasileirinho", de Waldir Azevedo. Sobre uma gauchinha de 21 anos, 1,45 m e 41 kg, pesa a expectativa de todo um País. Mas ela estará lá para tentar uma medalha nesta segunda-feira a partir das 15h de Brasília.

Suas maiores adversárias deverão ser a romena Catalina Ponor e a chinesa Fei Cheng. Catalina é uma das favoritas pela série "limpa", sem erros, que faz, sem perder nota; a chinesa Fei, pelos movimentos difíceis que executa, com o "duplo com dupla" (na "tradução", duplo grupado - com o corpo dobrado, as pernas a 90 graus, com dupla pirueta), no exemplo da técnica Iryna Iliashenko, da equipe permanente brasileira em Curitiba.

A execução do duplo twist esticado de Daiane, que poderia lhe garantir um lugar no pódio, só será definida no aquecimento da competição de amanhã, pelos técnico Oleg Ostapenko e Iryna, ambos ucranianos e no comando da equipe brasileira.

Com ou sem medalha, com diz a técnica Iryna, "Daí" continuará querida, pela pessoa que é, com pressão ou não da mídia. "Ela ajuda as companheiras sempre, compra tênis. Acho que o povo sempre vai gostar dela. E o Comitê Olímpico Brasileiro está feliz. Sabe que não viemos aqui para ganhar medalha, mas para sermos reconhecidos a nível mundial."

Nesta Olimpíada, segue Iryna, seus companheiros técnicos perguntam de Daiane e a técnica sempre diz que é uma boa pessoa. "Eles todos então prometeram torcer por ela." Sobre Daiane, Iryna explica que salta muito alto e com tanta força que tem problemas na chegada, porque não consegue se controlar. "Também é muito valente de ter feito a cirurgia no joelho há um mês e pouco e voltado a treinar."

Conjunto - As outras ginastas da equipe, de Daniele Hypólito a Laís Souza, Ana Paula Rodrigues, Caroline Molinare e Camila Comin treinam junto com Daiane. "É superimportante esse treino conjunto. Como é passear todo mundo junto, descansar todo mundo junto. “É uma norma. Até a última prova ninguém sai do ritmo normal", diz Eliane Guimarães, chefe da equipe brasileira. "Seria muito difícil e chato treinar sozinha. Daí as outras também treinarem bastante, dando apoio..."

Daiane veio treinando superbem, inclusive o "esticado", mas serão os técnicos que irão julgar, até a hora do aquecimento, se valerá a pena incluir o movimento na série.

Logo depois desta Olimpíada, que se encerra amanhã para a ginástica artística brasileira, outras ginastas serão incorporadas à equipe permanente em Curitiba, para trabalhar até a Olimpíada de Pequim/2008.

Todas da equipe atual terão de decidir se continuarão com mais um ciclo olímpico. Aqui em Atenas, por hoje, cumprem seu papel: vão com Daiane até o fim.




Fonte: AE

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