Policiais poderão utilizar pistolas que não matam

Os Policiais Militares de Mato Grosso poderão ter uma nova arma contra a violência. O Instrutor de Polícia, de Orlando (EUA), Charles Saba, apresentou a novidade à Secretaria de Segurança Pública nesta quinta-feira (19/08). A pistola Taser, um tipo de arma não letal, que imobiliza a pessoa atingida por cerca de 40 segundos. "O objetivo é não matar o meliante, oferecendo condições ao policial de prendê-lo sem feri-lo", explicou o instrutor.

A Taser, que custa em torno de U$ 1 mil, vem sendo utilizada em departamentos de polícia na cidade de Orlando desde o ano de 2000. A redução do número de tiroteios entre policiais e bandidos é grande. Em 1999, quando os policias ainda não trabalhavam com a arma não letal, houve 14 tiroteios; no ano seguinte, com a utilização da Taser, o número caiu para quatro. Nos dois anos posteriores, 2001 e 2002, não houve troca de tiros. Em 2003, a polícia de Orlando só teve uma ocorrência de troca de tiros com arma de fogo entre policias e bandidos. A explicação, segundo Saba, é que a nova arma é eficiente e facilita o processo de prisão do criminoso.

Numa demonstração feita com três voluntários durante a apresentação à imprensa, foi possível perceber a ação do disparo da arma. Magna Teixeira, que faz parte da Guarda Municipal de Várzea Grande, foi atingida pelo "dardo" da Taser, um tipo de energia que causa um impacto muito forte. "Paralisou meus nervos e músculos, eu caí imediatamente porque não tem como reagir, acabam as forças", contou a voluntária. O impacto não causa nenhum tipo de lesão, mesmo se a pessoa atingida foi cardíaca e usar marca-passo.

A arma já foi aprovada pelo Exército Brasileiro e está sendo testada em vários Estados do país. O Governo de Mato Grosso estuda a possibilidade de adquirir de 200 a 400 pistolas para a utilização da Polícia Militar. Outra vantagem do uso dessa arma é a redução de processos contra militares e indenizações para o Estado, pois ela evita a troca de tiros e vítimas fatais.