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Parreira fica refém de clubes europeus
Santo Domingo - De nada adiantaram os apelos da CBF em nome da paz. Os dirigentes europeus não pensaram no Haiti e muito menos rezaram pelo povo fanático do futebol brasileiro. Para eles o que vale mesmo são as letras miúdas de contratos e o fato de a Fifa não prever sanções por terem vetado a participação de cinco jogadores no amistoso simbólico desta quarta-feira em Porto Príncipe. Kaká, Cafu e Dida, do Milan, e Lucio e Zé Roberto, do Bayern Munchen, não se integraram à equipe principal do Brasil. Mas, para alegria dos haitianos, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos vão jogar.
Os últimos jogadores vindos da Europa chegaram nesta segunda-feira às 16h30 em Santo Domingo, capital da República Dominicana, talvez um dos poucos países do mundo que praticamente desconhece a seleção brasileira. Os dominicanos gostam mesmo é da "pelota", como chamam o beisebol. Por isso, não houve aglomerações no Intercontinental, onde o time se hospeda. Ronaldo, que veio de Nova York, não foi assediado no saguão do hotel - exceto pelos jornalistas brasileiros.
Antes da chegada deles, o técnico Carlos Alberto Parreira demonstrava contrariedade e desconhecimento dos jogadores com os quais poderia contar para o amistoso contra o Haiti. Por essa razão, descartou que o encontro do grupo servisse também de treinamento para o jogo das Eliminatórias contra a Bolívia, no mês que vem. "O time está muito desfigurado." De fato, dos 25 convocados, 7 não vieram. Além dos 5 vetados pelos clubes europeus, Adriano, da Internazionale, e Edmilson, do Barcelona, não se apresentaram por motivos pessoais.
"Conversei com eles (os jogadores do Milan), mas o clube estava irredutível. Foi uma falta de bom senso, esse jogo é diferente. Não tem jogo na Europa, não tem jogo do Milan e os jogadores da seleção italiana vão jogar. Faltou compreensão e um pouco de boa vontade", desabafou Parreira, ainda sem saber do veto do time alemão do Bayern Munchen.
O técnico lembrou que Kaká não foi liberado para o pré-olímpico, o que poderia ter influenciado a não-classificação do Brasil, e o amistoso contra a seleção da Catalunha, em Barcelona, além de ter sido poupado para a Copa América.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apelou para a Fifa interceder junto aos clubes europeus. O Milan questionou à entidade maior do futebol mundial se sofreria alguma represália - por um acordo, nos dias de amistosos de seleções, só devem ser liberados os jogadores se a partida ocorrer no mesmo continente onde atuam. A Fifa limitou-se a dizer que a partida terá uma grande importância para a imagem do esporte no mundo, mas não haveria sanções.
O atacante Ronaldo não deu entrevistas nesta segunda-feira. Apenas declarou: "Esse jogo vai ser bem legal. A gente vai aproveitar bastante." O lateral Roberto Carlos disse estar ansioso pelo amistoso e feliz pela responsabilidade de entrar em campo no "Jogo da Paz". Vai ser uma goleada ou o time vai poupar o adversário como pediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva? "A única coisa que prometemos é representar bem o futebol brasileiro."
Surpreendentemente, Parreira disse que lembrará aos jogadores brasileiros do ensinamento para respeitar o adversário. O Haiti, uma seleção formada por muitos amadores, seria uma pedrinha para um time pentacampeão? "Quando a seleção joga contra a Argentina ou a Alemanha, a gente sabe (que vai ser uma partida dura). Mas quando jogamos com pedrinha, se não tivermos cuidado, tropeçamos."
Nem todos da comissão técnica e jogadores demonstram conhecer bem a atual situação do Haiti. "O Brasil vai parar uma guerra, vamos criar uma clima de harmonia durante 24 horas", disse Parreira, sem saber que os haitianos não estão em guerra. Mas o que vale é a intenção, como ele bem expressou depois: "O importante é que estamos deixando uma semente.
No Brasil, que também tem muita pobreza, quando ganhamos uma Copa do Mundo durante uma semana o brasileiro fica com o ego inflado."
Veja os jogadores que se apresentaram para o “Jogo da Paz”: os goleiros Julio Cesar (Flamengo) e Fernando Henrique (Fluminense); os laterais Adriano (Coritiba), Belletti (Barcelona) e Roberto Carlos (Real Madrid); os zagueiros Cris (Cruzeiro), Juan (Bayer Leverkusen), Roque Junior (Bayer Leverkusen); os meio-campo Edu (Arsenal), Gilberto Silva (Arsenal), Juninho Pernambucano (Olympique Lyonnais), Magrão (Palmeiras), Pedrinho (Palmeiras), Renato (Sevilla), Roger (Fluminense) e Ronaldinho Gaúcho (Barcelona); e atacantes Nilmar (Internacional), Ronaldo (Real Madrid)
Os últimos jogadores vindos da Europa chegaram nesta segunda-feira às 16h30 em Santo Domingo, capital da República Dominicana, talvez um dos poucos países do mundo que praticamente desconhece a seleção brasileira. Os dominicanos gostam mesmo é da "pelota", como chamam o beisebol. Por isso, não houve aglomerações no Intercontinental, onde o time se hospeda. Ronaldo, que veio de Nova York, não foi assediado no saguão do hotel - exceto pelos jornalistas brasileiros.
Antes da chegada deles, o técnico Carlos Alberto Parreira demonstrava contrariedade e desconhecimento dos jogadores com os quais poderia contar para o amistoso contra o Haiti. Por essa razão, descartou que o encontro do grupo servisse também de treinamento para o jogo das Eliminatórias contra a Bolívia, no mês que vem. "O time está muito desfigurado." De fato, dos 25 convocados, 7 não vieram. Além dos 5 vetados pelos clubes europeus, Adriano, da Internazionale, e Edmilson, do Barcelona, não se apresentaram por motivos pessoais.
"Conversei com eles (os jogadores do Milan), mas o clube estava irredutível. Foi uma falta de bom senso, esse jogo é diferente. Não tem jogo na Europa, não tem jogo do Milan e os jogadores da seleção italiana vão jogar. Faltou compreensão e um pouco de boa vontade", desabafou Parreira, ainda sem saber do veto do time alemão do Bayern Munchen.
O técnico lembrou que Kaká não foi liberado para o pré-olímpico, o que poderia ter influenciado a não-classificação do Brasil, e o amistoso contra a seleção da Catalunha, em Barcelona, além de ter sido poupado para a Copa América.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apelou para a Fifa interceder junto aos clubes europeus. O Milan questionou à entidade maior do futebol mundial se sofreria alguma represália - por um acordo, nos dias de amistosos de seleções, só devem ser liberados os jogadores se a partida ocorrer no mesmo continente onde atuam. A Fifa limitou-se a dizer que a partida terá uma grande importância para a imagem do esporte no mundo, mas não haveria sanções.
O atacante Ronaldo não deu entrevistas nesta segunda-feira. Apenas declarou: "Esse jogo vai ser bem legal. A gente vai aproveitar bastante." O lateral Roberto Carlos disse estar ansioso pelo amistoso e feliz pela responsabilidade de entrar em campo no "Jogo da Paz". Vai ser uma goleada ou o time vai poupar o adversário como pediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva? "A única coisa que prometemos é representar bem o futebol brasileiro."
Surpreendentemente, Parreira disse que lembrará aos jogadores brasileiros do ensinamento para respeitar o adversário. O Haiti, uma seleção formada por muitos amadores, seria uma pedrinha para um time pentacampeão? "Quando a seleção joga contra a Argentina ou a Alemanha, a gente sabe (que vai ser uma partida dura). Mas quando jogamos com pedrinha, se não tivermos cuidado, tropeçamos."
Nem todos da comissão técnica e jogadores demonstram conhecer bem a atual situação do Haiti. "O Brasil vai parar uma guerra, vamos criar uma clima de harmonia durante 24 horas", disse Parreira, sem saber que os haitianos não estão em guerra. Mas o que vale é a intenção, como ele bem expressou depois: "O importante é que estamos deixando uma semente.
No Brasil, que também tem muita pobreza, quando ganhamos uma Copa do Mundo durante uma semana o brasileiro fica com o ego inflado."
Veja os jogadores que se apresentaram para o “Jogo da Paz”: os goleiros Julio Cesar (Flamengo) e Fernando Henrique (Fluminense); os laterais Adriano (Coritiba), Belletti (Barcelona) e Roberto Carlos (Real Madrid); os zagueiros Cris (Cruzeiro), Juan (Bayer Leverkusen), Roque Junior (Bayer Leverkusen); os meio-campo Edu (Arsenal), Gilberto Silva (Arsenal), Juninho Pernambucano (Olympique Lyonnais), Magrão (Palmeiras), Pedrinho (Palmeiras), Renato (Sevilla), Roger (Fluminense) e Ronaldinho Gaúcho (Barcelona); e atacantes Nilmar (Internacional), Ronaldo (Real Madrid)
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/376242/visualizar/
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