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Economia
Sábado - 14 de Agosto de 2004 às 16:40
Por: Paulo Sergio Machado

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A troca de produtos está sendo uma boa alternativa para os desempregados de uma comunidade no interior do Rio de Janeiro. Um dos líderes da Feira de Troca Solidária, Mutirão do Quilombo da Serra de Teresópolis, no Rio de Janeiro, Ary Moraes afirmou hoje, em Brasília, que esta tem sido uma das formas de geração de emprego e renda para a população local.

Moraes, que participa do 1o Encontro Nacional de Empreendimentos de Economia Solidária, realizado na capital federal, disse que a troca tem sido fundamental porque “o objetivo não é a lógica da acumulação de bens, da ganância e do enriquecimento pessoal”.

“É uma nova forma de fazer economia. Uma economia baseada em valores do amor e onde cada um sabe o que é bom para o outro no sentido de crescermos juntos. É a democracia econômica”, disse.

Moraes também reclama da “privatização dos setores estratégicos da economia”. Para ele, todos os recursos da população acabam sendo “drenados” para as empresas que fornecem os serviços públicos. Ele defende que o Estado passe a prover o fornecimento dos serviços básicos para as comunidades.

“O Estado é competente e eficiente para que possa oferecer um serviço bom. O lucro é social, são setores estratégicos”, explicou. Ele admitiu, no entanto, que os setores não considerados “estratégicos” podem ficar a cargo da iniciativa privada.

“Hoje, a sociedade brasileira está sofrendo as conseqüências desse processo de privatização. A gente quer mesmo é a reestatização desses setores estratégicos. Com um Estado eficiente e competitivo que possa oferecer um lucro social”, defendeu.

Moraes elogia, porém, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica pelo que considera uma postura na mudança da visão da política de crédito porque acredita que as taxas de juros cobradas são mais justas para o micro crédito e para os micro empreendedores. As cooperativas rurais de crédito são outro passo importante destacado por ele.

“Isso tudo são avanços inequívocos que o governo tem apontado na área das finanças. Algumas coisas ainda precisam ser feitas. O movimento social tem feito pressão, como o governo é sensível a pressões, mas é comprometido com projetos democráticos populares, tem dado sinais de mudança”, enfatizou.

Por outro lado, ele critica a legislação porque, segundo ele, exige a união de 20 pessoas para a formação de uma cooperativa. Moraes também reclama da carga tributária considerada por ele a mesma das grandes empresas.

“Hoje, o setor que dá um vigor tão grande, que gera tanto trabalho e renda na sociedade não pode ter uma tributação dessa. Então nós defendemos uma tributação diferenciada, sem ser subsídio, onde os produtos seriam classificados como essenciais, semi essências, não essenciais”, afirmou. Os produtos desses setores também contariam com um selo da Economia Solidária certificando cada item para garantir, ainda, a qualidade e a origem dos produtos.

O 1º Encontro Nacional de Empreendimentos de Economia Solidária é organizado pela Associação Nacional de Trabalhadores em Empresas de Autogestão (Anteag) e termina amanhã.




Fonte: Agência Brasil

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