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Estudo inédito mostra dimensão da desigualdade racial no Brasil
A expectativa de vida dos negros brasileiros é seis anos inferior à dos brancos, eles têm 50% a mais de chance de morrer de Aids ou de causas externas (acidentes e violência) e uma renda familiar média equivalente a apenas 42% da renda de famílias brancas.
Os números estão reunidos em um estudo da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) do Ministério da Saúde que será apresentado no 1º Seminário Nacional de Saúde da População Negra, na próxima quarta-feira em Brasília.
O estudo argumenta que os negros do Brasil não têm o mesmo acesso aos serviços de saúde e, por isso, estão mais expostos aos riscos de adoecer e morrer do que os brancos.
A expectativa de vida dos negros ao nascer, por exemplo, é de 68 anos, em comparação com 74 para os brancos.
Discriminação
Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo e Instituto Rosa Luxemburgo Stufting em 2003 revelou que entre as pessoas negras que se sentiram discriminadas no setor de saúde, 68% o foram no hospital.
Um outro estudo mais recente constatou que as mulheres negras e pardas referiram menor grau de satisfação do que as brancas em relação ao atendimento recebido no pré-natal, parto e em relação ao cuidado oferecido ao recém-nascido.
Os negros também estão mais sujeitos à violência e acidentes.
No triênio 1998-2000, 25% dos óbitos declarados para os homens negros foram atribuídos às causas externas. Para os brancos, o percentual foi de 16%.
A mortalidade dos negros é maior do que a dos brancos em quase todos os tipos de doença listados pela Classificação Internacional de Doenças (CID10), segundo uma pesquisa publicada neste ano.
No combate à Aids, os negros também se encontram em situações de desvantagem.
Desigualdade econômica
De acordo com um levantamento, em 2000, a taxa de mortalidade por Aids no país foi de 11 por 100 mil para as mulheres brancas e 21 por 100 mil para as negras.
Entre os homens, os índices são de 22,77 por 100 mil para os brancos e 41,75 por 100 mil para os negros.
A situação de desigualmente vivida pelo negro no setor da saúde reflete, segundo a coordenadora do texto, Fernanda Lopes, a desigualdade verificada no plano sócio-econômico.
Um outro estudo revisto pela autora do texto revela que, em 2001, a renda domiciliar per capita média nos domicílios com chefia negra correspondia a 42% dos valores observados nos domicílios de chefia branca.
"O baixo nível de renda seja individual ou domiciliar per capita restringe as liberdades individuais e sociais dos sujeitos fazendo com que todo o seu entorno seja deficiente, desgastante e gerador de doença", afirma o relatório.
O estudo 'Experiências Desiguais ao Nascer, Viver, Adoecer e Morrer: Tópicos em Saúde da População Negra no Brasil' foi patrocinada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em parceria com o Banco Mundial, órgãos que desenvolvem o Programa de Combate ao Racismo Institucional no Brasil e o Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFDI, na sigla em inglês).
Os números estão reunidos em um estudo da Funasa (Fundação Nacional da Saúde) do Ministério da Saúde que será apresentado no 1º Seminário Nacional de Saúde da População Negra, na próxima quarta-feira em Brasília.
O estudo argumenta que os negros do Brasil não têm o mesmo acesso aos serviços de saúde e, por isso, estão mais expostos aos riscos de adoecer e morrer do que os brancos.
A expectativa de vida dos negros ao nascer, por exemplo, é de 68 anos, em comparação com 74 para os brancos.
Discriminação
Uma pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo e Instituto Rosa Luxemburgo Stufting em 2003 revelou que entre as pessoas negras que se sentiram discriminadas no setor de saúde, 68% o foram no hospital.
Um outro estudo mais recente constatou que as mulheres negras e pardas referiram menor grau de satisfação do que as brancas em relação ao atendimento recebido no pré-natal, parto e em relação ao cuidado oferecido ao recém-nascido.
Os negros também estão mais sujeitos à violência e acidentes.
No triênio 1998-2000, 25% dos óbitos declarados para os homens negros foram atribuídos às causas externas. Para os brancos, o percentual foi de 16%.
A mortalidade dos negros é maior do que a dos brancos em quase todos os tipos de doença listados pela Classificação Internacional de Doenças (CID10), segundo uma pesquisa publicada neste ano.
No combate à Aids, os negros também se encontram em situações de desvantagem.
Desigualdade econômica
De acordo com um levantamento, em 2000, a taxa de mortalidade por Aids no país foi de 11 por 100 mil para as mulheres brancas e 21 por 100 mil para as negras.
Entre os homens, os índices são de 22,77 por 100 mil para os brancos e 41,75 por 100 mil para os negros.
A situação de desigualmente vivida pelo negro no setor da saúde reflete, segundo a coordenadora do texto, Fernanda Lopes, a desigualdade verificada no plano sócio-econômico.
Um outro estudo revisto pela autora do texto revela que, em 2001, a renda domiciliar per capita média nos domicílios com chefia negra correspondia a 42% dos valores observados nos domicílios de chefia branca.
"O baixo nível de renda seja individual ou domiciliar per capita restringe as liberdades individuais e sociais dos sujeitos fazendo com que todo o seu entorno seja deficiente, desgastante e gerador de doença", afirma o relatório.
O estudo 'Experiências Desiguais ao Nascer, Viver, Adoecer e Morrer: Tópicos em Saúde da População Negra no Brasil' foi patrocinada pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em parceria com o Banco Mundial, órgãos que desenvolvem o Programa de Combate ao Racismo Institucional no Brasil e o Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFDI, na sigla em inglês).
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/376372/visualizar/
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