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Chávez diz que sua vitória é "inevitável"
O presidente Hugo Chávez assegurou na quinta-feira que sua vitória no referendo de domingo é "inevitável", enquanto seus partidários e adversários realizavam os atos de encerramento da campanha em dois lados opostos de Caracas.
"A vantagem que levamos sobre a oposição é de tal magnitude que é impossível, absolutamente impossível, que ocorra alguma surpresa", disse o ex-tenente-coronel em entrevista coletiva.
Mas a oposição também diz o mesmo. Mais de 14 milhões de eleitores poderão participar da votar "sim" ou "não" à saída antecipada de Chávez da presidência.
A oposição precisa reunir mais votos do que o governo e também superar os 3.757.773 sufrágios que Chávez obteve quando foi reeleito, em 2000. Se isso ocorrer, a Presidência será ocupada pelo vice de Chávez, José Vicente Rangel, que terá 30 dias para convocar novas eleições. Chávez já avisou que voltaria a se candidatar, mas a Justiça ainda não esclareceu se isso seria permitido.
Seis manifestações contra o presidente começaram a confluir na tarde de quinta-feira em um das principais vias expressas de Caracas, enquanto os chavistas se reuniam em frente ao palácio do governo.
O vice-ministro da Segurança Pública, Danny Azuaje, disse que 4.000 policiais e militares vão vigiar as manifestações e que os dois grupos não vão se encontrar.
A três dias do referendo, Caracas é uma cidade claramente dividida entre o "sim" e o "não".
Na zona oeste de Caracas, pequenos grupos de simpatizantes do governo se reuniam por volta das 12h para assistir à entrevista coletiva do presidente num telão, sob o olhar atento de um punhado de policiais e militares armados.
"No Guárico, de onde eu venho, nunca se havia semeado arroz. Agora já semeamos três safras, porque [Chávez] deu crédito, consertou canais de irrigação e pretende fazer mais [pelos agricultores]", disse Gladys Rojas, com camiseta, bandana e bandeira alusivas ao "não".
O governo planeja uma festa "criolla" (típica), com vários músicos populares, para o encerramento da campanha na capital.
Na outra ponta da cidade, na zona leste, dezenas de milhares de pessoas começavam a se reunir com bandeiras do país e gritando palavras de ordem pelo "sim".
Nas avenidas de Caracas, os ambulantes vendem bandeiras para os dois lados, e dizem que a procura é praticamente igual. É o mesmo que indicam as pesquisas — que a disputa ainda está acirrada e ninguém deve se atrever a prever resultados.
A simpatia por Chávez é evidente entre a maioria pobre da população, que durante décadas se sentiu privada dos benefícios do petróleo. Chávez criou grandes programas sociais (as "missões") nas áreas de educação, saúde e habitação. Ele diz estar fazendo uma "revolução" contra a desigualdade social.
Mas a oposição diz que Chávez na verdade é um ditador disfarçado, que polariza o país e tenta implantar um regime comunista semelhante ao de seu amigo cubano, Fidel Castro. O presidente acusa a oposição de ser formada por uma "elite golpista" ajudada pelos EUA.
Nos últimos dois anos, dezenas de pessoas morreram em confrontos políticos. Surpreendentemente, porém, a campanha para o referendo vem ocorrendo sem maiores problemas. A ONG Carter Center, que atua como observadora, disse na quinta-feira que não prevê incidentes no pleito.
Chávez foi eleito presidente em 1998, seis anos depois de liderar um frustrado golpe de Estado. Em 1999, ele promulgou uma nova Constituição, e no ano seguinte obteve um novo mandato de seis anos, com quase 60 por cento dos votos.
Mas desde então sua popularidade vem caindo entre as classes média e alta. Em abril de 2002, Chávez resistiu a um golpe, e em dezembro daquele ano enfrentou uma greve geral que duraria dois meses e praticamente pararia o país.
Mas a oposição também diz o mesmo. Mais de 14 milhões de eleitores poderão participar da votar "sim" ou "não" à saída antecipada de Chávez da presidência.
A oposição precisa reunir mais votos do que o governo e também superar os 3.757.773 sufrágios que Chávez obteve quando foi reeleito, em 2000. Se isso ocorrer, a Presidência será ocupada pelo vice de Chávez, José Vicente Rangel, que terá 30 dias para convocar novas eleições. Chávez já avisou que voltaria a se candidatar, mas a Justiça ainda não esclareceu se isso seria permitido.
Seis manifestações contra o presidente começaram a confluir na tarde de quinta-feira em um das principais vias expressas de Caracas, enquanto os chavistas se reuniam em frente ao palácio do governo.
O vice-ministro da Segurança Pública, Danny Azuaje, disse que 4.000 policiais e militares vão vigiar as manifestações e que os dois grupos não vão se encontrar.
A três dias do referendo, Caracas é uma cidade claramente dividida entre o "sim" e o "não".
Na zona oeste de Caracas, pequenos grupos de simpatizantes do governo se reuniam por volta das 12h para assistir à entrevista coletiva do presidente num telão, sob o olhar atento de um punhado de policiais e militares armados.
"No Guárico, de onde eu venho, nunca se havia semeado arroz. Agora já semeamos três safras, porque [Chávez] deu crédito, consertou canais de irrigação e pretende fazer mais [pelos agricultores]", disse Gladys Rojas, com camiseta, bandana e bandeira alusivas ao "não".
O governo planeja uma festa "criolla" (típica), com vários músicos populares, para o encerramento da campanha na capital.
Na outra ponta da cidade, na zona leste, dezenas de milhares de pessoas começavam a se reunir com bandeiras do país e gritando palavras de ordem pelo "sim".
Nas avenidas de Caracas, os ambulantes vendem bandeiras para os dois lados, e dizem que a procura é praticamente igual. É o mesmo que indicam as pesquisas — que a disputa ainda está acirrada e ninguém deve se atrever a prever resultados.
A simpatia por Chávez é evidente entre a maioria pobre da população, que durante décadas se sentiu privada dos benefícios do petróleo. Chávez criou grandes programas sociais (as "missões") nas áreas de educação, saúde e habitação. Ele diz estar fazendo uma "revolução" contra a desigualdade social.
Mas a oposição diz que Chávez na verdade é um ditador disfarçado, que polariza o país e tenta implantar um regime comunista semelhante ao de seu amigo cubano, Fidel Castro. O presidente acusa a oposição de ser formada por uma "elite golpista" ajudada pelos EUA.
Nos últimos dois anos, dezenas de pessoas morreram em confrontos políticos. Surpreendentemente, porém, a campanha para o referendo vem ocorrendo sem maiores problemas. A ONG Carter Center, que atua como observadora, disse na quinta-feira que não prevê incidentes no pleito.
Chávez foi eleito presidente em 1998, seis anos depois de liderar um frustrado golpe de Estado. Em 1999, ele promulgou uma nova Constituição, e no ano seguinte obteve um novo mandato de seis anos, com quase 60 por cento dos votos.
Mas desde então sua popularidade vem caindo entre as classes média e alta. Em abril de 2002, Chávez resistiu a um golpe, e em dezembro daquele ano enfrentou uma greve geral que duraria dois meses e praticamente pararia o país.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/376503/visualizar/
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