Manifestantes prestam homenagem a operários mortos
Os organizadores colocaram 13 grandes cruzes brancas com os nomes e as idades de cada operário, que variavam entre 29 e 62 anos. A maioria dos trabalhadores morreu no canteiro de obras da vila olímpica. Um operário albanês informou que sete imigrantes estão entre os 13 mortos.
Os manifestantes se reuniram em volta de um cemitério improvisado, diante da grande esplanada do Parlamento, no centro de Atenas. "As Olimpíadas significam operários mortos e feridos, com os culpados livres e, depois dos Jogos, a vida mais cara, mais desemprego e mais autoritarismo", denunciava um grande cartaz do sindicato dos operários.
"As festas dos 'imortais' - os membros do Comitê Internacional Olímpico (CIO) - não podem ocultar a morte de 13 operários", podia-se ler em outro cartaz.
O presidente da PAME, Georges Mavrikios, açoitou durante um discurso "os yuppies da Coca Cola, da Nike e da Adidas", "os parasitas que vêm pilhar a Grécia" e "a hipocrisia do Estado burguês". Ele informou que mais de 240 operários ficaram feridos durante as obras e pediu a edificação de um monumento no complexo olímpico da OAKA em memória aos mortos.
Denunciada há muito tempo pelos sindicatos gregos, a ausência de medidas de segurança apropriadas nos 36 canteiros de obras olímpicas teria causado 11 mortos, segundo o ministério do Trabalho, e 19 mortos - na maioria albaneses - segundo a central operária de Atenas.
Os sindicatos culpam o ritmo frenético das obras imposto para compensar os atrasos registrados no início das construções e a utilização de uma mão-de-obra imigrante não qualificada e mal protegida.
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