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Saúde
Terça - 10 de Agosto de 2004 às 13:59
Por: CIDA CAPELASSI

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A Secretaria de Estado de Saúde por meio da Central de Regulação (Cer), está abrindo credenciamento para novas equipes transplantadoras. Motivo: com a reestruturação da Central de Transplante o número de doações vem aumentando sensivelmente sendo necessárias novas equipes transplantadoras para atender aos pacientes que aguardam na lista de espera.

Atualmente há apenas uma equipe de transplante renal atuando no Estado, pois em janeiro deste ano a equipe do médico Carlos Bouret, que fazia os transplantes há mais de 8 anos, pediu descredenciamento do SUS. A equipe de Carlos Bouret realizava os transplantes no Hospital Santa Rosa. O Hospital também pediu o descredenciamento do SUS, alegando prejuízos na execução dos serviços. A equipe médica coordenada pelo médico nefrologista Josemar Figueiredo, credenciada inicio deste ano pelo SUS para execução do transplante renal no Estado, opera atualmente no Hospital Geral e na Amecor. Foram realizados oito transplantes por esta equipe, seis pacientes passaram bem pelo desafio da cirurgia, e dois vieram a falecer por complicações inerentes ao procedimento. Outros dois pacientes que se submeteram ao procedimento cirúrgico apresentaram sinais imediatos de rejeição o que inviabilizou o transplante do órgão. Estes dois últimos pacientes passam bem e estão ainda internados.

A responsabilidade da Cer é promover um bom atendimento aos usuários do Sus. O superintendente de Regulação, Vander Fernandes, explicou que "a Central de Regulação é responsável pela Central de Transplante. Uma das missões da Cer é estimular a doação de órgãos. Outra é promover o credenciamento de novas equipes e serviços transplantadores, com um único objetivo, o de zerar a lista de pacientes que necessitam do transplante. E para isso a Ses não vai medir esforços. Também não vamos nos curvar a caprichos ou queixas de associações, ou até mesmo da ex-equipe médica, nem nos deixaremos intimidar por mentiras e afirmações negativas sobre os serviços da nova equipe que já esta atuando no Estado".

A Central de Regulação abre também o credenciamento para uma equipe transplantadora de ossos, e uma de medula óssea. Já para o transplante renal o número ideal de equipes é de no mínimo duas para uma boa cobertura na Capital. O médico Vander Fernandes disse que "o bom seria se pudéssemos ter a disposição do Sistema equipes espalhadas pelo interior do Estado, principalmente para o transplante de córnea. Aí sim teríamos uma cobertura total. Estamos ampliando e levando os serviços de atendimento ao doente renal para vários municípios distantes da capital, visando proporcionar a este paciente conforto, respeito e bom serviço, e, acima de tudo, livrá-lo do desconforto do transporte a que é submetido para a realização da hemodiálise".

A equipe que realiza o transplante renal é composta por quatro médicos, sendo dois nefrologistas (clinico geral especializado em rim) e 2 urologistas (cirurgião de rim e vias urinárias). Para a efetivação do credenciamento ela é submetida a critérios rigorosos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Vander Fernandes esclareceu: "Nenhuma equipe poderá ser julgada de incompetência pelo simples fato de ser constituída por profissionais especializados na área. O índice de óbitos de pessoas transplantadas no Estado é baixo, em relação aos riscos próprios da cirurgia, o de rejeição do órgão transplantado, o da infecção, o da baixa imunologia do paciente, e por fim, o convívio e cuidado diário que este paciente terá com o seu novo órgão tendo que tomar para o resto da sua vida medicamentos especiais (imunossupressores)".

A Central de Regulação tem equipes médicas de plantão que funcionam 24 horas em atendimento de casos de urgência e emergência, regulando 100% dos leitos de UTIs vinculadas ao SUS, no Estado. Em casos graves a Cer garante o transporte, usando a UTI móvel, até o leito de UTI dos hospitais. Esse procedimento veio garantir a sobrevida de muitos pacientes que, de outro modo, poderiam vir a falecer quer por falta de assistência quer devido ao transporte inadequado. Vander Fernandes informou que, "em 2004 foram regulados, na urgência e emergência, 12.255 pacientes. Foram realizados 437 transportes em UTI móvel. Hoje nenhum paciente regulado é transferido sem que a vaga esteja assegurada em unidade hospitalar que possa prestar o melhor atendimento disponível ao paciente". Em relação aos já transplantados a referencia de atendimento de urgência é a equipe e serviço que transplantou o paciente, porém como uma equipe pediu o descredenciamento o sistema público teve de assumir o atendimento destes pacientes que vem ocorrendo no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá.

Atualmente a Ses tem capacidade para realizar transplantes de rim e de córnea. A idéia é de, em breve, termos o primeiro Banco de Olhos do SUS, no Estado, o que permitirá um número bem maior de transplantes de córneas em Mato Grosso. Também na área de transplante de medula óssea e de ossos a Cer vem desenvolvendo esforços para conseguir a auto-suficiência. Para isso está trabalhando no credenciamento de uma equipe de transplante de ossos e uma de medula óssea.

Comentando toda essa atividade Vander Fernandes lembrou que "foi na gestão Marcos Machado, que a Saúde acelerou e moralizou os serviços de atenção básica ao doente renal, descentralizando, regulando, e buscando o credenciamento de novas equipes transplantadoras. As novas equipes serão a realização e a certeza de que um grande desafio foi vencido", disse Vander.




Fonte: Ses-MT

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