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Internacional
Segunda - 09 de Agosto de 2004 às 11:08

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O religioso radical xiita Moqtada al Sadr pediu a seus milicianos hoje, segunda-feira, que não abandonem a luta contra as forças dos Estados Unidos e do governo interino iraquiano, apesar do ultimato feito ontem pelas autoridades.

Hoje, um carro-bomba explodiu ao norte de Bagdá e deixou pelo menos sete mortos e 26 feridos.

Os milicianos xiitas que continuam entrincheirados na parte antiga e no cemitério da cidade santa enfrentaram pelo quinto dia consecutivo os marines americanos, que, por sua vez, são apoiados por seus helicópteros e pelas forças de segurança iraquianas.

A onda de violência em Najaf, cerca de 180 quilômetros ao sul da capital, levou centenas de moradores a abandonar temporariamente suas casas para buscar refúgio em moradias de parentes ou conhecidos de localidades próximas, explicaram vizinhos dessa cidade.

Testemunhas disseram que as forças americanas estabeleceram, com o reforço de carros de combates, um cerco em volta da mesquita de Ali bin Abitaleb, onde estão os insurgentes que, aparentemente, está danificada pelos tiros.

O cemitério Dar Al Salam, localizado nos arredores e ao sul de Najaf, foi um dos principais alvos dos ataques da forças dos EUA, que dispararam mísseis contra as posições da milícia xiita.

No local do cemitério foram vistas várias colunas de fumaça causadas pelas explosões.

Um porta-voz do hospital central de Najaf afirmou que no começo da manhã, o centro de saúde recebeu três cadáveres e 19 feridos, depois das esporádicas explosões e tiroteios ao longo da noite.

O primeiro-ministro do governo iraquiano, Iyad Allawi, viajou para Najaf ontem em uma tentativa de colocar fim aos combates. Ele pediu que os milicianos entreguem as armas e abandonem a cidade.

Em uma declaração destinada a seus seguidores e retransmitida pela rádio local xiita, Moqtada Al Sadr estimulou seus seguidores a permanecer em Najaf e a continuar pegando em armas para defender a cidade.

Por sua vez, Mahmood Al Sudami, um dos porta-vozes de Al Sadr, disse à EFE que tinha "tentado negociar com o governo de Iyad Allawi para acabar com o derramamento de sangue em Najaf": "Mas este não quer nos ouvir".

Os combates, que representaram o fim da trégua acordada em junho, começaram na quinta-feira passada, depois que, segundo a versão do governo iraquiano, as autoridades de Najaf pediram o apoio das forças dos EUA para conter um ataque da milícia contra uma delegacia local.

Dezenas de civis morreram em Najaf desde o início dos conflitos, além dos 300 milicianos xiitas que o comando militar dos EUA garante que morreram durante os dois primeiros dias de intensos combates.

"Com a ajuda de Deus os derrotaremos o mais rápido possível, se não entregarem as armas", advertiu o ministro iraquiano da Defesa, Haazem Shaalam, em declarações ao canal árabe de televisão Al Arabiya.

Shaalam acrescentou que os milicianos xiitas que resistem em Najaf ganharam reforços com a incorporação de grupos vindos de Basra, Nassiriya, e outras cidades iraquianas.

Ao mesmo tempo que em Najaf os conflitos continuavam, um carro-bomba dirigido por um suicida explodiu em Balad Ruz, cerca de 70 quilômetros ao norte de Bagdá.

Pelo menos sete pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas, entre elas o vice-governador da província de Diyala, Aqil Hamid Al Adiili, e dois de seus seguranças, disseram fontes médicas.

A explosão do carro-bomba aconteceu às 08.00 (01.00 de Brasília), quando o vice-governador tinha acabado de entrar no carro para ir a seu escritório na cidade de Baquba, cerca de quatro quilômetros a sudeste de onde o atentado aconteceu.

Em Bagdá, dois policiais e um funcionário civil morreram e outras três pessoas ficaram feridas na explosão de um morteiro às 10.00 (03.00 de Brasília) num dos edifícios do Ministério iraquiano do Interior, afirmou a rádio iraquiana Dijla.




Fonte: EFE

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