Entidades indígenas e Funai divergem sobre política do governo para o setor
Segundo os manifestantes, o governo Lula não demonstrou até agora uma "postura firme" na implementação de uma nova política indigenista, sintonizada com as demandas históricas, as reais necessidades e aspirações dos povos e organizações indígenas do Brasil. O manifesto diz ainda que o governo “fechou as portas” do diálogo para os povos e organizações indígenas.
Para o integrante da comissão executiva da Apoinme, Agamenon Geripancó, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito com a expectativa de uma política "voltada para o ser humano". “Estamos indignados com essa fragilidade política. Nesse governo, os povos indígenas não têm importância nenhuma”, afirmou.
Ações em favor
De acordo com o presidente em exercício da Fundação Nacional do Índio (Funai), Roberto Lustosa, as reivindicações dos indígenas são compostas de "denúncias vazias". “Nunca uma organização foi tão ouvida pelo governo quanto a Coiab está sendo ouvida pelo governo Lula”, ressaltou Lustosa. “Vários ministérios possuem ações em favor dos índios”, disse.
O manifesto de repúdio organizado pelas organizações indígenas critica ainda o fato de que a homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, não tenha sido autorizada até hoje. “O governo vira as costas para o problema nessa região e pensa em demarcar as terras e pedaços, favorecendo assim, fazendeiros, políticos e outros invasores”, esclareceu Agamenon. Segundo ele, algumas terras demarcadas estão invadidas e não existe ainda nenhum projeto de autosustentação que proteja a terra, o meio ambiente e o povo.
Roberto Lustosa explica que o governo tem ações na Justiça de Roraima em favor da homologação das terras. Este processo foi paralisado por uma ação judicial que impede a conclusão da homologação. “O governo não pretende passar por cima de instâncias judiciais”, declarou o presidente da Funai.
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