Repórter News - reporternews.com.br
Noticias da TV
Quarta - 04 de Agosto de 2004 às 14:34
Por: Adriana Vandoni Curvo

    Imprimir


Na semana passada fui convidada por uma emissora de televisão para participar de programa jornalístico falando sobre a importância da participação das mulheres na política. Esse é um assunto instigante e polêmico bem ao estilo tostines: “é fresquinho por que vende mais ou vende mais por que é fresquinho”, ou seja, a mulher é ausente por que os partidos políticos são redutos masculinos, ou os partidos são redutos masculinos por que as mulheres são ausentes?

Continuo achando que estamos sendo omissas e irresponsáveis, com raras exceções de mulheres que vão à luta, que batalham e assumem opiniões.

Desde o começo da administração Blairo Maggi venho reparando e admirando o comportamento da secretária de Trabalho, Emprego e Cidadania, Terezinha Maggi. Vinha observando como ela age com firmeza e ao mesmo tempo se emociona. Em um episódio a vi chorando em frente às câmeras de TV por ver a alegria de uma família beneficiada com, nem me lembro o que. Isso me chamou a atenção. Não senti traços demagógicos na atitude dela. Senti a sensibilidade feminina que não nos envergonhamos em demonstrar.

Mas esta semana ela se superou. Estou encantada com sua atitude de manter sua opinião a respeito do candidato a prefeito do seu partido. A firmeza dela deixa claro que acima de agremiações políticas, que, claro, são importantes, estão os princípios e coerências. Sem papas na língua ela se mostrou segura de suas convicções e no seu discernimento do que é certo e errado.

Essa firmeza e convicção de idéias são exemplares e característico tanto nos homens quanto nas mulheres valorosas. A verdade é que os homens, ao longo dos anos, deturparam o sentido de fazer política e misturaram todos os ingredientes de uma só vez, desandando o bolo.

Tempos atrás uma conhecida, provavelmente contaminada pelos “populismos”, me disse: “não existe vento favorável para quem não sabe em que porto quer chegar”. É verdade! Mas não existe boa navegabilidade para quem não sabe em qual embarcação entrar. É preciso ter firmeza para escolher o barco que vamos tomar.

Somos seres pensantes, independentes e como tal temos que nos colocar diante da vida. Manipuláveis são os sem princípios, independente se homem ou mulher. O que faz de uma pessoa um ser de caráter flexível, não é o gênero, é a falta de coragem em assumir o que pensa. É agir em desacordo com suas convicções.

Me emocionei quando a vi chorando em frente às câmeras de TV e só não escrevi na época para não ficar um artigo piegas, próprio dos bajuladores. É muito tênue a linha que divide o elogio da bajulação. Não quis correr o risco. Hoje posso, sei que estou contrariando grande parte do poder no estado, mas não pude me conter.

Parabéns Secretária!

Adriana Vandoni Curvo é economista, professora universitária e consultora, especialista em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas - RJ. E-mail: avandoni@uol.com.br




Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/377191/visualizar/