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Polícia Brasil
Terça - 03 de Agosto de 2004 às 09:55
Por: Celso Bejarano Jr e Daniele Da

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A prisão do advogado José Marcílio Donegá, 61, anteontem, por suposta tentativa de suborno, tem provocado um certo embaraço envolvendo as polícias Civil e Militar de Mato Grosso.

No domingo passado, o tenente Juliano Paulo de Ataíde prendeu o advogado sustentando que Donegá o teria proposto R$ 3 mil para, em troca, o militar aliviar a prisão de Benedito Ramón de Oliveira, que havia sido preso em flagrante por porte ilegal de arma.

O advogado contesta a afirmação do tenente e diz que fora “desrespeitado, violentado na sua honra e tripudiado por um oficial prepotente e despreparado para o cargo que ocupa”.

Já a Polícia Militar divulgou ontem uma nota oficial afirmando que vai “manter todos os termos constantes no boletim de ocorrência simplificado registrado na coordenadoria de Plantão Integrado da Polícia Civil”, acerca do episódio.

Os fatos

A versão do tenente é a seguinte: ele prendera Benedito Ramón, que estava armado com um revólver calibre 38. Porte ilegal de arma é crime inafiançável hoje em dia. De acordo com o oficial, Ramón fora preso ainda porque é um foragido da Justiça, acusado de ter matado uma pessoa na cidade de Chapada dos Guimarães.

Ainda segundo o oficial, Ramón, enquanto era preso, atendeu a um telefonema. A partir daí, o interlocutor que conversava com Ramón propôs o pagamento do suborno em troca da liberdade.

Após vários contatos por meio de telefonemas, o oficial marca um encontro em uma lanchonete perto de uma universidade. Lá chegando, o oficial reúne-se com o advogado José Donegá, que estaria com os R$ 3 mil na mão. Nesse local é dada voz de prisão e o advogado é levado para a delegacia.

Outra versão - Já o advogado José Donegá, conceituado professor de Direito de uma universidade particular de Cuiabá, conta uma história bem contrária a do oficial.

Ele disse que um cliente seu, Wilson Rubim do Amaral, o teria procurado no domingo. Donegá afirma que Amaral havia comprado um carro em 2001 de um certo Valdenir Rodrigues de Amaral, conhecido como Índio.

Acontece que Wilson Amaral teria ficado devendo a Índio uma importância de R$ 1,2 mil pela compra do carro, vendido por R$ 7 mil.

De acordo com a versão do advogado, seu cliente estaria sendo pressionado a pagar a conta por um “policial militar”. A conta teria de ser paga no quartel do 1º Batalhão da PM, que fica no bairro do Porto. A importância da dívida teria subido para R$ 3,2 mil.

Essa é a versão de Donegá: estaria pagando uma conta de seu cliente a um militar que teria assumido a cobrança antiga de um carro. A dúvida: o que tem a ver Wilson Rubim do Amaral, cliente de Donegá, com Benedito Ramón, aquele que fora preso por porte ilegal de arma e por ser foragido.




Fonte: Folha do Estado

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