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Funai alerta para conflito entre índios e fazendeiros no Araguaia
Brasília - Funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) alertam para um conflito iminente entre índios Xavantes de São Félix do Araguaia e fazendeiros que ocupam a reserva indígena Maraiwatsede, da qual foram expulsos há nove meses por uma decisão da justiça de Cuiabá (MT).
"A situação pode ser irreversível a partir de hoje, quando a tribo vela, no meio da estrada, o corpo do terceiro bebê morto por pneumonia e desnutrição", advertiu Edson Beiriz, administrador da Funai em Goiânia e coordenador das ações da fundação junto à comunidade xavante. Ele e um médico da Fundação Nacional de Saúde estão a caminho da área – localizada a mil quilômetros de Goiânia.
"Esses 480 índios já chegaram ao limite da paciência e entram na reserva para enterrar suas crianças. A qualquer momento, eles podem entrar e não voltar mais”, disse Beiriz. O administrador teme que um enfrentamento entre os xavantes e os posseiros possa ganhar proporções inesperadas. “Se a justiça não fizer alguma coisa rápido, poderemos ter uma surpresa desagradável, porque nós não sabemos se as pessoas que estão lá dentro estão armadas”, comentou o funcionário da Funai.
O território disputado entre índios e fazendeiros foi reconhecido, por decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso, como reserva de usufruto exclusivo dos índios. Além disso, a terra Maraiwatsede é registrada como patrimônio da União, mas foi invadida no ano passado por fazendeiros. A justiça mato-grossense foi favorável aos brancos e, desde então, os índios esperam, às margens da BR-158, pelo voto, no Supremo Tribunal Federal, da liminar que os expulsou das terras.
“Essa demora faz os índios perderem a confiança na Justiça e a paciência para esperar. Eles já estavam se preparando para tomarem alguma atitude quando a primeira criança morreu, estimulando ainda mais a reação ao problema”, relatou Beiriz.
Na beira da estrada de terra, os xavantes não podem caçar, pescar ou plantar. Moram em barracos de lona e dependem das cestas básicas doadas pela Funai para viverem. Sem imunidade por serem bebês índios, alguns não sobrevivem: as três crianças morreram de desnutrição e pneumonia – possivelmente causada pela grande poluição de carros e caminhões que transitam pela rodovia. Outros dois bebês estão internados em estado grave em hospitais de cidades próximas.
As três mortes desta semana resultaram em interdição da estada. Os índios fecham a BR-158 para velarem os bebês no centro da pista. Após os sepultamentos, ela volta a ser liberada para o trânsito. A Funai estima que o enterro do terceiro bebê ocorra no final da tarde deste sábado.
"A situação pode ser irreversível a partir de hoje, quando a tribo vela, no meio da estrada, o corpo do terceiro bebê morto por pneumonia e desnutrição", advertiu Edson Beiriz, administrador da Funai em Goiânia e coordenador das ações da fundação junto à comunidade xavante. Ele e um médico da Fundação Nacional de Saúde estão a caminho da área – localizada a mil quilômetros de Goiânia.
"Esses 480 índios já chegaram ao limite da paciência e entram na reserva para enterrar suas crianças. A qualquer momento, eles podem entrar e não voltar mais”, disse Beiriz. O administrador teme que um enfrentamento entre os xavantes e os posseiros possa ganhar proporções inesperadas. “Se a justiça não fizer alguma coisa rápido, poderemos ter uma surpresa desagradável, porque nós não sabemos se as pessoas que estão lá dentro estão armadas”, comentou o funcionário da Funai.
O território disputado entre índios e fazendeiros foi reconhecido, por decreto do então presidente Fernando Henrique Cardoso, como reserva de usufruto exclusivo dos índios. Além disso, a terra Maraiwatsede é registrada como patrimônio da União, mas foi invadida no ano passado por fazendeiros. A justiça mato-grossense foi favorável aos brancos e, desde então, os índios esperam, às margens da BR-158, pelo voto, no Supremo Tribunal Federal, da liminar que os expulsou das terras.
“Essa demora faz os índios perderem a confiança na Justiça e a paciência para esperar. Eles já estavam se preparando para tomarem alguma atitude quando a primeira criança morreu, estimulando ainda mais a reação ao problema”, relatou Beiriz.
Na beira da estrada de terra, os xavantes não podem caçar, pescar ou plantar. Moram em barracos de lona e dependem das cestas básicas doadas pela Funai para viverem. Sem imunidade por serem bebês índios, alguns não sobrevivem: as três crianças morreram de desnutrição e pneumonia – possivelmente causada pela grande poluição de carros e caminhões que transitam pela rodovia. Outros dois bebês estão internados em estado grave em hospitais de cidades próximas.
As três mortes desta semana resultaram em interdição da estada. Os índios fecham a BR-158 para velarem os bebês no centro da pista. Após os sepultamentos, ela volta a ser liberada para o trânsito. A Funai estima que o enterro do terceiro bebê ocorra no final da tarde deste sábado.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/377348/visualizar/
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