Atletas olímpicos do Brasil empunharão bandeiras feitas por presidiários

São Paulo - As bandeiras que os atletas brasileiros participantes das Olimpíadas da Grécia levam na bagagem são produzidas pelo projeto Pintando a Liberdade, do Ministério do Esporte. “As bandeiras confeccionadas nos presídios estão indo para Atenas para ajudar na auto-estima do brasileiro”, disse o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz.

O ministro participou hoje da entrega de kits esportivos, doados pela empresa privada Mizuno, a cerca de 500 atletas carentes, no Ginásio do Ibirapuera, numa iniciativa da Federação Paulista de Atletismo e da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo.

Após a entrega dos kits, o ministro falou sobre a importância do projeto Pintando a Liberdade, no qual presidiários são remunerados para produzir material esportivo para programas sociais. “Além de ajudar na ressocialização do preso, a confecção do material esportivo abastece programas sociais e as escolas públicas. Esse programa é direcionado às comunidades carentes”, explicou.

O ministério instala a fábrica, dá apoio técnico e capacitação, compra os equipamentos e a matéria-prima. O material produzido pelos detentos não é comercializado. Toda a produção vai para o Ministério do Esporte, para ser doado. Os presidiários integrantes do programa recebem por peça.

O ministro Agnelo informou que o programa Pintando a Liberdade será levado para Moçambique e Angola, no continente africano. O ministro disse que até setembro serão instaladas fábricas de materiais esportivos nos dois países, junto com o programa Segundo Tempo, que oferece atividades esportivas, aulas de arte, orientações de saúde, reforço escolar e complementação alimentar aos jovens de famílias com renda até três salários mínimos. “Durante um ano, mil crianças serão atendidas pelos dois programas. Esses países devem aprender com a experiência e depois poderão adotar um programa próprio”, disse.

Agnelo Queiroz informou que na terça-feira o Ministério inaugurará uma nova fábrica de material esportivo em Feira de Santana, na Bahia. “Essa fábrica irá produzir roupas para o programa Segundo Tempo, que com 150 mil crianças envolvidas, precisa de grandes quantidades de camisetas e shorts".