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PF investiga mandante de morte de fiscais em Unaí
O delegado da Polícia Federal Antonio Celso deu uma entrevista coletiva para explicar os detalhes da investigação dos assassinatos dos ficais do trabalho em Unaí, Minas Gerais, ocorridas no dia 28 de janeiro. O delegado afirmou que as investigações ainda não estão concluídas e que espera obter a prisão definitiva dos seis suspeitos detidos. A polícia ainda investiga o mandante intelectual dos crimes, que seria um grande produtor rural da região.
Os acusados estão presos na sede da Polícia Federal de Brasília. A prisão é temporária, válida por 30 dias e prorrogável pelo mesmo período. O delegado Antônio Celso espera conseguir a prisão definitiva antes do vencimento dos 30 dias. Os acusados podem pegar de 12 a 30 de prisão por homicídio qualificado em cada uma das mortes.
As mortes dos três fiscais e do motorista do grupo ocorreram há seis meses. Quatro nomes já foram divulgados: Francisco Elder Pinheiro, de 68 anos, conhecido como "Chico Pinheiro" e agenciador dos executores; Erinaldo de Vasconcelos Silva, 41, Rogério Alan Rocha Rios, 24, e William Gomes de Miranda, 22, todos presos no domingo, na cidade de Formosa, em Goiás.
Outros dois suspeitos foram presos ontem em Unaí. Eles seriam o comerciante Hugo Alves Pimenta, conhecido como "Hugo Cerealista", e seu empregado José Alberto de Castro, o Zezinho. Eles são acusados de contratar os quatro pistoleiros, mas ainda não foram ouvidos pela polícia. Os depoimentos devem ser tomados nesta tarde na Superintentência da Polícia Federal, em Brasília.
Fazendeiro seria mandante dos assassinatos
As investigações dos assassinatos procuram possíveis ligações entre os fazendeiros da região e os pistoleiros. Segundo o delegado de Homicídios da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner de Souza, o principal investigado é o fazendeiro Noberto Manica, um dos maiores produtores de grãos da cidade de Unaí. "No momento, o mais contundente e que realmente está sendo investigado é o senhor Noberto Manica", disse.
O delegado mineiro explicou que o fazendeiro chegou a ameaçar o fiscal Nelson José da Silva, uma das quatro vítimas da emboscada, por causa das multas aplicadas pelo servidor em suas propriedades. "As multas que ele levou eram realmente elevadas e, inclusive, ele chegou a ameçar de morte o senhor Nelson numa dessas investigações. O fato foi registrado pela própria vítima", afirmou. O delegado estima que as multas de Noberto Manica chegavam a R$ 2 milhões.
A principal irregularidade encontrada nas propriedades do fazendeiro era a utilização de mão-de-obra rural sem contrato legal. O irmão do fazendeiro investigado, Antero Manica, é candidato à prefeitura de Unaí.
Hugo Alves Pimenta seria o representante dos irmãos Manica, os mais importantes produtores de feijão da América Latina, junto aos quais teria uma dívida de cerca de R$ 3 milhões, segundo o deputado estadual Rogério Correia (PT). A PF investiga sua ligação com os mandantes do crime.
Antecedentes criminais
Três dos presos têm antecedentes por crimes de pistolagem e são suspeitos da execução, um quarto homem é acusado de agenciar, e outros dois, de contratar os pistoleiros. O delegado Antônio Celso, encarregado das investigações do caso, disse que o crime pode ter custado até R$ 50 mil.
O delegado Antonio Celso afirma que as investigações ainda não estão concluídas. "Apesar das prisões, alguns pontos precisam ser esclarecidos para se chegar aos mandantes", disse. O delegado atribuiu a dificuldade em solucionar o caso ao excesso de suspeitos. A quadrilha presa estava sendo acompanhada há três meses e também é acusada de assalto e roubo de carga.
Antônio Celso afirmou que para prender os supeitos foram analisados 187 mil registros de ligações telefônicas da região. Esses dados foram cruzados com informações de hospedagens em hotéis. A partir de 2 mil suspeitos, a investigação chegou aos acusados de executar os fiscais.
Pagamento
A partir das 7h da manhã do dia 28 de janeiro, quando aconteceu o crime, os acusados já se comunicavam com os supostos mandantes do crime para saber sobre as localizações dos fiscais e o horário de chegada das vítimas. Segundo o delegado, os assassinos avisaram os mandantes sobre a execução às 9h15.
O pagamento das execuções foi feito seis dias depois do crime, na cidade de Formosa (MG). Os assassinos teriam recebido o dinheiro em uma sacola entregue por Francisco Pinheiro, o suposto agenciador dos pistoleiros. Irinaldo Silva teria recebido a maior quantia: R$ 17 mil. Outros dois pistoleiros teriam ganhado R$ 14 mil. O delegado calcula em R$ 50 mil o total gasto para planejar e executar os fiscais.
O caso
Nelson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratostenes de Almeida Gonçalves e Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados durante uma emboscada, enquanto fiscalizavam denúncias de trabalho escravo em plantações de feijão na região noroeste de Minas Gerais. O objetivo era checar as condições de trabalho, remuneração e acomodação das pessoas arregimentadas para a colheita.
Segundo a PF, as mortes foram encomendadas por um produtor rural da região, em retaliação a multas trabalhistas aplicadas pelos auditores. O fazendeiro ainda não foi preso. Seu nome aparece em interceptações telefônicas feitas pela PF com autorização judicial, mas nenhum dos suspeitos teria formalizado o envolvimento dele.
A chacina de Unaí começou a ser desvendada com a prisão de Francisco Elder Pinheiro, suspeito de três outros homicídios. Ele foi detido em sua chácara, na cidade de Formosa (GO). Além de confessar, ele contou o que fez com o relógio e o celular de um dos fiscais, as armas e o carro usado no crime. Segundo a PF, Pinheiro fez o contato entre os pistoleiros e um emissário do fazendeiro.
No depoimento, Pinheiro disse ter jogado o relógio no vaso sanitário e dado descarga. Após retirar o vaso e vasculhar a fossa da casa, ontem, a polícia encontrou o relógio. Equipes da PF também tentavam localizar as armas do crime, jogadas, ainda de acordo com Pinheiro, no Lago Paranoá, em Brasília.
Os acusados estão presos na sede da Polícia Federal de Brasília. A prisão é temporária, válida por 30 dias e prorrogável pelo mesmo período. O delegado Antônio Celso espera conseguir a prisão definitiva antes do vencimento dos 30 dias. Os acusados podem pegar de 12 a 30 de prisão por homicídio qualificado em cada uma das mortes.
As mortes dos três fiscais e do motorista do grupo ocorreram há seis meses. Quatro nomes já foram divulgados: Francisco Elder Pinheiro, de 68 anos, conhecido como "Chico Pinheiro" e agenciador dos executores; Erinaldo de Vasconcelos Silva, 41, Rogério Alan Rocha Rios, 24, e William Gomes de Miranda, 22, todos presos no domingo, na cidade de Formosa, em Goiás.
Outros dois suspeitos foram presos ontem em Unaí. Eles seriam o comerciante Hugo Alves Pimenta, conhecido como "Hugo Cerealista", e seu empregado José Alberto de Castro, o Zezinho. Eles são acusados de contratar os quatro pistoleiros, mas ainda não foram ouvidos pela polícia. Os depoimentos devem ser tomados nesta tarde na Superintentência da Polícia Federal, em Brasília.
Fazendeiro seria mandante dos assassinatos
As investigações dos assassinatos procuram possíveis ligações entre os fazendeiros da região e os pistoleiros. Segundo o delegado de Homicídios da Polícia Civil de Minas Gerais, Wagner de Souza, o principal investigado é o fazendeiro Noberto Manica, um dos maiores produtores de grãos da cidade de Unaí. "No momento, o mais contundente e que realmente está sendo investigado é o senhor Noberto Manica", disse.
O delegado mineiro explicou que o fazendeiro chegou a ameaçar o fiscal Nelson José da Silva, uma das quatro vítimas da emboscada, por causa das multas aplicadas pelo servidor em suas propriedades. "As multas que ele levou eram realmente elevadas e, inclusive, ele chegou a ameçar de morte o senhor Nelson numa dessas investigações. O fato foi registrado pela própria vítima", afirmou. O delegado estima que as multas de Noberto Manica chegavam a R$ 2 milhões.
A principal irregularidade encontrada nas propriedades do fazendeiro era a utilização de mão-de-obra rural sem contrato legal. O irmão do fazendeiro investigado, Antero Manica, é candidato à prefeitura de Unaí.
Hugo Alves Pimenta seria o representante dos irmãos Manica, os mais importantes produtores de feijão da América Latina, junto aos quais teria uma dívida de cerca de R$ 3 milhões, segundo o deputado estadual Rogério Correia (PT). A PF investiga sua ligação com os mandantes do crime.
Antecedentes criminais
Três dos presos têm antecedentes por crimes de pistolagem e são suspeitos da execução, um quarto homem é acusado de agenciar, e outros dois, de contratar os pistoleiros. O delegado Antônio Celso, encarregado das investigações do caso, disse que o crime pode ter custado até R$ 50 mil.
O delegado Antonio Celso afirma que as investigações ainda não estão concluídas. "Apesar das prisões, alguns pontos precisam ser esclarecidos para se chegar aos mandantes", disse. O delegado atribuiu a dificuldade em solucionar o caso ao excesso de suspeitos. A quadrilha presa estava sendo acompanhada há três meses e também é acusada de assalto e roubo de carga.
Antônio Celso afirmou que para prender os supeitos foram analisados 187 mil registros de ligações telefônicas da região. Esses dados foram cruzados com informações de hospedagens em hotéis. A partir de 2 mil suspeitos, a investigação chegou aos acusados de executar os fiscais.
Pagamento
A partir das 7h da manhã do dia 28 de janeiro, quando aconteceu o crime, os acusados já se comunicavam com os supostos mandantes do crime para saber sobre as localizações dos fiscais e o horário de chegada das vítimas. Segundo o delegado, os assassinos avisaram os mandantes sobre a execução às 9h15.
O pagamento das execuções foi feito seis dias depois do crime, na cidade de Formosa (MG). Os assassinos teriam recebido o dinheiro em uma sacola entregue por Francisco Pinheiro, o suposto agenciador dos pistoleiros. Irinaldo Silva teria recebido a maior quantia: R$ 17 mil. Outros dois pistoleiros teriam ganhado R$ 14 mil. O delegado calcula em R$ 50 mil o total gasto para planejar e executar os fiscais.
O caso
Nelson José da Silva, João Batista Soares Lage, Eratostenes de Almeida Gonçalves e Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados durante uma emboscada, enquanto fiscalizavam denúncias de trabalho escravo em plantações de feijão na região noroeste de Minas Gerais. O objetivo era checar as condições de trabalho, remuneração e acomodação das pessoas arregimentadas para a colheita.
Segundo a PF, as mortes foram encomendadas por um produtor rural da região, em retaliação a multas trabalhistas aplicadas pelos auditores. O fazendeiro ainda não foi preso. Seu nome aparece em interceptações telefônicas feitas pela PF com autorização judicial, mas nenhum dos suspeitos teria formalizado o envolvimento dele.
A chacina de Unaí começou a ser desvendada com a prisão de Francisco Elder Pinheiro, suspeito de três outros homicídios. Ele foi detido em sua chácara, na cidade de Formosa (GO). Além de confessar, ele contou o que fez com o relógio e o celular de um dos fiscais, as armas e o carro usado no crime. Segundo a PF, Pinheiro fez o contato entre os pistoleiros e um emissário do fazendeiro.
No depoimento, Pinheiro disse ter jogado o relógio no vaso sanitário e dado descarga. Após retirar o vaso e vasculhar a fossa da casa, ontem, a polícia encontrou o relógio. Equipes da PF também tentavam localizar as armas do crime, jogadas, ainda de acordo com Pinheiro, no Lago Paranoá, em Brasília.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/377514/visualizar/
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