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Internacional
Sexta - 23 de Julho de 2004 às 14:17

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O empresário Garu Levine, da Flórida, anunciou a intenção de construir uma cidade dos mortos submarina, que pode vir a tornar-se um novo destino dos mergulhadores. O projeto, inspirado na mítica cidade perdida de Atlântida, não servirá apenas como o túmulo de pessoas queridas, mas também como um recife de corais, segundo a companhia After Life Services. "Estamos criando vida da morte", afirma Levine, presidente da empresa. Os recifes são organismos vivos que fornecem alimento e refúgio a outros seres marinhos.

O "Memorial Recifes da Atlântida" cobrirá uma superfície de 183 metros de diâmetro. Levine está convencido de que o lugar se tornará um dos pontos preferidos para mergulho. Após sua conclusão, o ambicioso projeto servirá de morada final para quase 21 mil pessoas.

O custo para depositar as cinzas de uma pessoa querido debaixo do mar oscilará de US$ 2.500, para misturá-las aos pilares de concreto, a US$ 1 milhão, para uma grande escultura, indica a empresa.

A construção começará em setembro e deve demorar de três a sete anos. A empresa recebeu a permissão preliminar por parte das autoridades locais, mas ainda precisa garantir que as estruturas resistirão aos caprichos da natureza, inclusive os furacões. Levine, que era proprietário de uma empresa de construção marinha, disse que atualmente esse é apenas um detalhe técnico.

A "nova" Atlântida ficará a cerca de 5 km de Key Biscayne, uma ilha residencial ligada a Miami por pontes. A empresa informou que o complexo do memorial, instalado em uma área arenosa a uma profundidade de 12 metros, descongestionará os recifes existentes e proporcionará oportunidades de pesquisa únicas.

"As universidades e organizações ecológicas do país serão convidadas a se unirem a nós. Uma área específica será separada para estudos marinhos aprovados", indica o site do memorial. Levine manifestou o desejo de desenvolver projetos similares na Austrália, Polinésia e Grécia.

Sasha Boulanger, dono de uma empresa local de mergulho, está entusiasmado com a idéia, que considera o "recife artificial mais original do mundo". "Estou excitado. Será um grande mergulho. É um grande lugar, a uma profundidade plana, e um novo conceito", acrescenta.

Se alguém perguntar se a idéia de mergulhar em um cemitério submarino não parece macabra, Boulanger já tem a resposta: "De modo algum. As cinzas ficarão dentro de blocos de concreto. Não existirão restos humanos flutuando ao redor".




Fonte: AFP

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