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Economia
Sábado - 27 de Outubro de 2012 às 10:43

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Não apenas os apagões no fornecimento de energia elétrica rondam o Estado. Entre os dias 16 e 23, os gaúchos padeceram com a falta de gasolina e a ausência de informações por parte da Petrobras sobre o que estava acontecendo. Um dos motivos para o desabastecimento, na avaliação de especialistas, é que a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) pode estar operando no limite para atender ao aumento no consumo de combustível.

Bastou que navios não pudessem descarregar petróleo nas monoboias ancoradas no mar, em Tramandaí, devido ao vento forte, para que a Refap esgotasse os estoques de matéria-prima. Como o Litoral é fustigado por ventanias e até ciclones extratropicais de forma rotineira, pairou a dúvida não explicada pela Petrobras: por que só agora houve desabastecimento?

Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, as duas monoboias podem estar sendo acessadas mais vezes por navios petroleiros, para suprir a Refap. Toda a produção de diesel e gasolina da refinaria depende do óleo que chega pelos dutos submarinos.

– O que acontece é que as refinarias não têm conseguido produzir gasolina suficiente. E as monoboias não estão dimensionadas para esse movimento todo – observa Pires.

É claro que navios petroleiros sempre tiveram de aguardar por condições climáticas adequadas para descarregar nas monoboias. Se manobrarem sob vento intenso e ondas, o mangote (cano flexível) acoplado à monoboia pode se romper, provocando vazamento de óleo – e um desastre ambiental. Na avaliação de Pires, a restrição veio à tona, agora, porque os estoques da Refap estavam baixos.

A prova de que as refinarias estão sobrecarregadas é o fato de o Brasil importar, nos últimos meses, de 12% a 14% da gasolina que queima. O CBIE prevê mais dificuldades no final de ano, quando, historicamente, aumenta o consumo.

André Trein, analista da gestora de investimentos Fundamenta, reforça que a capacidade de refino se aproxima do limite. Destaca que a falta de gasolina, durante oito dias, evidencia a insuficiência na produção.

– É possível supor que os estoques estavam baixos, pois não havia petróleo para uma situação de imprevisto – diz Trein.

As instalações da Refap estão sendo ampliadas, em Canoas, com a construção da nova unidade de hidrotratamento de diesel e da unidade de geração de hidrogênio. Elas devem ficar prontas em 2014, mas não se destinariam a aumentar a produção de combustível. Uma delas irá retirar os poluentes do diesel.

Largamente utilizadas no mundo, monoboias são imprescindíveis no Estado devido à inexistência de um porto marítimo perto da Região Metropolitana de Porto Alegre. Ilson Paranhos Pasqualino, professor de Engenharia Oceânica e de Engenharia do Petróleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que monoboias são seguras, desde que mantidas e operadas corretamente.






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