CRM quer rediscutir tabela do SUS

Eleitos ontem, os dois novos representantes de Mato Grosso no Conselho Federal de Medicina adiantaram que logo após a implementação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), o Conselho vai se empenhar nas negociações sobre o valor repassado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o diretor eleito, o pediatra José Fernando Vinagre, hoje os médicos credenciados ao SUS recebem R$ 3 por uma consulta. “As negociações sobre a CBHPM estão avançadas e não deve demorar muito para que o repasse do SUS entre na pauta do Conselho”, avaliou José Fernando, que tomará posse no dia 1º de outubro e tem como suplente o cardiologista Serafim Lanzieri.

Por enquanto apenas alguns estados do Nordeste estão implementando a classificação, que servirá para definir os valores pagos aos médicos credenciados a planos de saúde e cooperativas médicas. Em junho os profissionais de Mato Grosso recebiam entre R$ 31 e R$ 35 pela consulta, mas o valor para o próximo semestre pode chegar a R$ 42, caso a classificação seja implementada até o próximo mês.

Eleitos com chapa única, os representantes disseram que darão continuidade a outras propostas da atual diretoria como a criação da Ordem dos Médicos do Brasil e uma campanha contra a proliferação das faculdades de Medicina pelo país.

Ao todo o Conselho Federal tem 27 representantes estaduais, ou seja, um de cada estado. Assim que empossados, os diretores elegerão o novo presidente do CFM. A escolha dos novos delegados eleitores acontece simultaneamente em todo o país.

De acordo com a gerente administrativa do CRM, Sidnéia Soares, o Conselho possui 4.565 médicos inscritos mas apenas 2.657 estavam aptos a votar. “Muitos foram para outros estados, outros morreram ou foram jubilados. Em atividade temos 2.745 profissionais”, explicou a diretora.

De acordo com do Sidnéia, o voto é obrigatório e, apesar de até final da tarde não ter o balanço, acredita que grande parte dos votantes tenham ido à urnas, que foram distribuídas em três cidades além de Cuiabá: Rondonópolis, Tangará da Serra e Sinop. Os outros municípios mesmo aqueles que possuem apenas um médico, por exemplo, receberam kits de voto pelos Correios.