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Nacional
Terça - 13 de Julho de 2004 às 18:37

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A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, a CPI da Exploração Sexual, decidiu retirar o nome do vice-governador do Amazonas, Omar Aziz, do relatório final, de autoria da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Aziz é apontado pela comissão como suspeito de comandar uma rede de exploração sexual em seu Estado. Segundo a comissão, o nome de Aziz aparece também como suspeito de molestar duas menores de 12 anos.

O resultado da votação foi apertado: 8 votos a 7. A decisão se deu por apenas um voto, o do vice-presidente do colegiado, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que presidia a reunião.

O requerimento para a retirada do nome de Omar Aziz foi de autoria do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). O senador afirma ter convicção que defendeu um inocente. "Eu não preciso chorar para manter as minhas convicções. Tenho certeza que defendi um inocente", afirmou.

Emocionada, a relatora da CPMI, deputada Maria do Rosário (PT-RS), diz que os parlamentares a favor da retirada do nome de Aziz do relatório fragilizaram a luta da comissão. "Confesso que fiquei preocupada com o resultado. Foi um desmerecimento do relatório", afirma. A relatora acredita que a proposta do senador Arthur Virgílio tenha colocado em dúvida os trabalhos da comissão. "Eu sinceramente acho que ele questiona os critérios estabelecidos", afirma. "Acreditaram no acusado e não na vítima".

A relatora da comissão, Maria do Rosário (PT-RS), discorda do senador. "Não tenho a menor dúvida de que esse senhor é culpado e por isso ele foi incluído." Ela afirmou ter sido pressionada para retirar o nome do vice-governador do relatório final e que a derrota abre um precedente perigoso. "Agora, basta ter votos para não ter indiciamento", afirmou.

Questionada se a comissão estava desmoralizada, Maria do Rosario respondeu: "Desmoralizada por quê? Será que desmoralizado não está quem defende interesses corporativos de políticos de sua região? Quem defende a impunidade?", indagou.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) afirmou que o relatório contém erros graves. "Por exemplo, (o texto) pede o indiciamento de um motorista de Campina Grande chamado Antonio. Ora, assim, todos os motoristas chamados Antonio da cidade são suspeitos."

O texto base do parecer foi aprovado na semana passada com recomendações ao Ministério Público para que indicie 250 pessoas, entre elas o prefeito da Cidade de Goiás, Boadyr Veloso (PP). Também são citados no relatório juízes, pastores evangélicos e o ex-atleta Zequinha Barbosa.

A CPI, durante mais de um ano de trabalho, promoveu 34 reuniões e audiências públicas, 20 diligências e a acompanhou o caso dos meninos emasculados, acontecido no Pará em agosto de 2003. O relatório será enviado ao presidente do Congresso Nacional, José Sarney, que deverá encaminhar as denúncias ao Ministério Público e autoridades competentes.




Fonte: Terra

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