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Sexta - 09 de Julho de 2004 às 16:35
Por: Edilson Almeida

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Mato Grosso está no topo da rede de prostituição, que envolve também o tráfico de mulheres e a pedofilia. É o que revela o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso Nacional. Em fase de apreciação final, o relatório traz um dado assustador: 56 denúncias catalogadas na vigência dos trabalhados. Supera, inclusive, o Rio de Janeiro. Pelo menos 10 pessoas tiveram nomes citados no relatório – que funciona como uma espécie de pré-indiciamento . Todos deverão ser investigados pela Polícia Federal.

Os números apresentados servem, em verdade, apenas de amostragem. De acordo com o relatório, em muitos casos, a denúncia envolvendo a prostituição deixa de ser feita pelo medo de vítimas e testemunhas diante da participação de policiais nessas situações de violência sexual. As pessoas não encontram, no serviço público que estaria ali para protegê-las, a segurança para denunciar. Os casos de envolvimento de menores é grande no Estado. E o grau de violência de igual

Prova disso ficou mostrada em um depoimento de uma ativista do movimento social em Mato Grosso. Em seu depoimento à CPI, constatação de que a violência está subterrânea: “Fomos para a delegacia para levar a menina que tinha sido estuprada, no dia anterior, antes de amanhecer. Quando chegamos lá, quem entra é o agente de Polícia que tinha estuprado ela. Como é que a gente vai convencer ela a continuar... Ela falou: “Vocês vão embora, e eu fico”. ´E verdade. E lá só tem três: o escrivão e mais dois policiais. E um dos dois é que anda estuprando”- relatou.

A CPMI realizou diligência em Mato Grosso nos dias 29 e 30 de setembro e no dia 1º de outubro do ano passado. A comissão esteve nas cidades de Cuiabá, Cáceres e Poxoréo. No dia 4 de maio passado, os parlamentares que integram a comissão realizaram na Assembléia Legislativa uma audiência pública para tratar do assunto. Estiveram presentes, entre outras, Patrícia Saboya, Maria do Rosário, Thelma de Oliveira, Ann Pontes, Laura Carneiro, Luiz Couto, Serys Slhessarenko e Celcita Pinheiro.

A grande maioria das denúncias recebidas pela Comissão da Câmara dos Deputados e do Senado Federal referente a casos de prostituição em Mato Grosso envolve, aliás, a exploração infanto-juvenil. Foram 30 ao todo. As demais denúncias foram: tráfico, cinco; pornografia/pedofilia, cinco; e turismo sexual, quatro. O número de denúncias que se transformaram em inquérito foram 23, dos quais nove já viraram ação penal. O número de inquéritos concl uídos foram dez.

O relatório da CMPI sobre a prostituição em Mato Grosso mostra ainda que o número de notícia crime com elementos suficientes para iniciar uma investigação criminal totalizam 26 e o número de denúncias sem elementos suficientes para iniciar uma investigação criminal somam sete.

O número de municípios citados com casos graves de prostituição totalizam 16., São eles: Alta Floresta, Cáceres, Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande, Nortelândia, Porto Esperidião, Poxoréo, São Felix do Araguaia, Tangará da Serra, Juscimeira, Juara , Pontes e Lacerda, Peixoto de Azevedo e Apiacás.




Fonte: 24 Horas News

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