Mato Grosso é pioneiro em medicina preventiva

Mato Grosso deverá ter, até o final do dia desta sexta-feira (09.07), sua primeira Vigilância das Doenças e Agravos Não-Transmissíveis (VDANTs). O Relatório Mundial de Saúde do ano 2001 afirma que as doenças não-transmissíveis mata 56 milhões de pessoas, por ano, no mundo todo. As doenças cardiovasculares, endócrinas, oncológicas, a hipertensão e outras estão alistadas entre as não-transmissíveis que são responsáveis por parte dessas mortes. Agravos não-transmissíveis são o resultado de causas externas como ataques por violência e acidentes de transito.

A instalação da VDANTs colocará Mato Grosso no grupo dos primeiros Estados, no país, a implantar o órgão. “Em nível nacional o próprio Ministério da Saúde está se estruturando e criando referencias para cuidar das doenças não-transmissíveis. Mas a importância do mal causado por essas doenças começa a mudar a abordagem dada a elas no Ministério”, afirmou a especialista Elisabeth Carmem Duarte.

A instalação da VDANTs em Mato Grosso é, na realidade, um passo na direção da implantação da medicina preventiva no Estado. E, embora a instalação oficial da vigilância seja feita até o final da oficina de trabalho que está terminando esta sexta-feira, na Escola de Saúde Pública Agrícola Paes de Barros, no bairro Coophema, em Cuiabá, ela deverá começar a operar, de fato, até o começo de 2005.

Uma das coordenadoras da oficina de trabalho, a médica-pesquisadora Noemi Dreyer Galvão, do Centro de Vigilância Epidemiológica da Ses, disse que o trabalho inicial da VDANTs será o levantamento dos fatores de risco que podem provocar as doenças não-transmissíveis. “Quantas pessoas sofrem de obesidade no Estado, quantas são sedentárias, quantas fumam? São perguntas que precisamos responder para ter um perfil do Estado”, explicou. Para isso será preciso realizar inquéritos, através dos 13 escritórios regionais de Saúde, para levantar os dados necessários e começar a trabalhar essas questões.