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Economia
Quarta - 07 de Julho de 2004 às 15:47
Por: Sérgio Ripardo

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A Bombril do Brasil, indústria do setor de higiene e limpeza, divulgou hoje dados que apontam uma perda de mercado de sua concorrente, a Assolan, do grupo Arisco, no segmento de lãs de aço.

Os números, atribuídos à empresa de pesquisa de mercado ACNielsen, mostram que a participação ("market share") da Assolan caiu de 25,7% (bimestre novembro-dezembro de 2003) para 21,2% (março-abril deste ano).

Os percentuais são referentes ao "market share", em valores, do mercado nacional de lãs de aço, segundo a Bombril.

A Bombril informa que sua participação cresceu de 71,9% para 76,8% no período --percentuais que mostram a sua "indiscutível liderança e predominância no mercado", nas palavras da empresa.

Os dados são citados no comunicado sobre a ação judicial movida pela Bombril contra seus ex-controladores italianos. Na nota, a empresa evita citar diretamente o nome da Assolan, que é tratada apenas como "concorrente".

A ACNielsen, responsável pela pesquisa de mercado citada pela Bombril, adota a prática de não confirmar nem desmentir dados de seus estudos.

Além do ganho de participação de mercado, a Bombril menciona que, neste ano, conseguiu ficar com a "ficha limpa" na Serasa, empresa especializada em análise de crédito.

"A Bombril não só está recuperando seus consumidores, como também vem crescendo e ampliando diferenças", citou a nota.

No site da Assolan, dados antigos da ACNielsen também são citados. No bimestre setembro-outubro de 2003, em volume, a Assolan aparecia com 26,3% do mercado. A reportagem não conseguiu ainda falar com a Assolan. Processo na Itália.

Processo na Itália

A Bombril decidiu processar seus ex-controladores na Justiça italiana e exigir uma indenização para cobrir uma perda bilionária.

A empresa alega que seus ex-donos descumpriram um contrato de compra e venda de ações e, com isso, teve de contabilizar uma provisão de R$ 1,551 bilhão no balanço de 2003, a fim de cobrir eventuais prejuízos.

No ano passado, a Bombril do Brasil registrou um prejuízo de R$ 1,853 bilhão, o maior da América Latina, segundo levantamento da consultoria Economática. O resultado negativo foi decorrente da provisão bilionária, segundo a empresa.

Na ação judicial encaminhada ontem ao Tribunal de Roma, a Bombril requer indenização pelos "danos verificados em decorrência do descumprimento do contrato", assinado em dezembro de 1998 e modificado em janeiro de 1999.

A ação judicial movida pela Bombril S.A. e sua subsidiária integral Bombril Overseas é contra a Bombril Cirio International (em liquidação judicial), a Capitalia, Banca di Roma, Cragnotti & Partners Capital Investment, C&P Overseas e Sergio Cragnotti.

A crise financeira dos ex-controladores da Bombril eclodiu no fim de 2002, quando foi decretado o "default" do grupo Cirio na Itália.

Em 2003, os negócios com as ações da Bombril chegaram a ser suspensos pela Bovespa devido a pedidos de falências por fornecedores. Em julho do ano passado, a Bombril teve uma mudança de comando, já sob intervenção da Justiça, e tentou normalizar suas operações.




Fonte: Folha Online

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