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Educação/Vestibular
Quarta - 07 de Julho de 2004 às 11:38
Por: Lisandra Paraguassú

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Antigos supletivos mostram jovens voltando a estudar, mas faltam opções de cursos públicos noturnos nas faculdades

Brasília - Na teoria, pessoas com mais de 25 anos deveriam estar terminando o ensino superior. No Brasil, a prática está muito longe disso. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que apenas 7,3% dos brasileiros acima dessa faixa etária tem curso superior. A maioria dos que estudam nesse idade ainda estão no ensino básico.

“É muito baixo. Países como a Argentina e o Chile tem de três a quatro vezes mais jovens matriculados no ensino superior que o Brasil”, disse o presidente do Inep, Eliezer Pacheco. A taxa de matrículas no País entre jovens de 18 a 24 anos é 9%.

Voltando a estudar

O número de pessoas com mais de 25 anos estudando vem crescendo, mas ainda nos níveis fundamental e médio e no Ensino de Jovens e Adultos (Eja), o antigo supletivo. Os jovens nesses três níveis de ensino eram 2,59 milhões em 1999 e chegaram a 3,67 milhões em 2003.

No Ensino Médio, o número de matriculados acima de 25 anos foi quase 100 mil maior do que em 1999. Mas o maior crescimento foi nos supletivos: praticamente um milhão de novos alunos. Hoje, essas pessoas representam 7,7% dos alunos.

“A formação é cada vez mais exigida pelo mercado de trabalho e cada vez mais pessoas voltam a estudar. O ideal é que em alguns anos esse crescimento pare e até diminua, com a regularização do fluxo”, explicou Pacheco.

Chegando ao superior

Essas pessoas que estão tentando completar sua formação poderão chegar ao ensino superior, melhorando o índice de pessoas graduadas no País.

Hoje, o maior índice de pessoas com nível superior do Brasil é no Distrito Federal, com 15,9% dos habitantes formados. Depois, vem São Paulo, com 10,4%, e Rio de Janeiro, com 10,3%.

As disparidades regionais, no entanto, são imensas. No Maranhão, apenas 2% da população conseguiu terminar uma faculdade. Bahia, Tocantins e Amapá, com 3,3%, completam a lista dos mais baixos índices.

Poucas opções públicas

O gargalo da formação está muito abaixo do curso superior, como mostram os dados divulgados pelo MEC. No entanto, também há problemas no acesso às faculdades. Hoje, 80% das vagas no ensino superior do Brasil estão em faculdades particulares.

Nos cursos noturnos, das cerca de 1,6 milhão de vagas que existem, apenas cerca de 300 mil estão em instituições públicas de ensino.

“Com esses índices tão baixos de matrículas não se pode dizer que tem curso superior demais no Brasil. O que tem é curso público de menos. É isso que é preciso mudar”, disse o presidente do Inep.




Fonte: Estadão.com

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