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Polícia Brasil
Terça - 06 de Julho de 2004 às 14:55

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O advogado de defesa do empresário Josino Guimarães, Luiz Francisco Caetano Lima, disse ontem que não existe nenhum nexo que ligue seu cliente ao assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral. O juiz foi morto no dia 7 de setembro de 1999 no Paraguai e Josino foi denunciado pelo Ministério Público Federal como o mandante. Até agora, a única condenada foi a ex-escrevente do Fórum Civil Beatriz Árias, sentenciada a 12 anos de prisão. Leopoldino vinha na época denunciando desembargadores do Tribunal de Justiça na venda de sentença e Josino seria o intermediário nas transações. O TJ, por sua vez, acusava Leopodino de estar desviando depósitos judiciais da Vara de Família.

“Não existem nos autos nem indícios que liguem Josino ao crime”, disse o advogado Luiz Francisco Caetano Lima, que apanhou o processo – que tramita em segredo de justiça - no dia 24 de junho e está preparando as alegações finais. O prazo para a entrega da defesa final é de três dias e passará a contar assim que terminar a greve do Judiciário, já que os as seções de protocolo e certidões do Fórum foram suspensas. Só que o Ministério Público Federal entende não restar nenhuma dúvida a respeito do envolvimento de Josino. Por isso, nas oito páginas onde escreveu as alegações finais, o procurador da República Pedro Taques pede a pronúncia do acusado. A decisão caberá ao juiz Paulo Cezar Alves Sodré, após analisar as peças da acusação e defesa.

De acordo com a defesa de Josino, o que fortalece o pedido de impronúncia do réu, é que nas alegações finais do MPF não foi apresentado nenhum fato novo no processo. “Praticamente repetiu a denúncia. Não existem provas novas, nenhuma outra testemunha foi apresentada e o que consta nos autos permite dizer que não há rigorosamente nada que ligue Josino ao crime”, repetiu o advogado.

Ao longo da instrução criminal foram ouvidas oito testemunhas arroladas pela defesa – uma delas por carta precatória – e seis testemunhas do Ministério Público Federal. Entre as testemunhas do MPF figuraram o sargento José Jesus de Freitas (assassinado com mais dois seguranças em 27 de abril de 2002) e mais dois policiais que disseram em depoimento que Josino teria procurado Jesus para matar Leopoldino. Dentre as testemunhas apresentadas pela defesa, o juiz ouviu o então superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, o delegado aposentado Cláudio Luiz da Rosa, e o delegado da PF José Pinto de Luna. Luna, que concluiu o inquérito sem apontar um mandante, foi mais tarde substituído pelo delegado César Martinez, que, por sua vez, foi criticado por Luiz da Rosa, por não ter mostrado “convicção em apontar Josino como tendo participação na morte do juiz Leopoldino”.




Fonte: Diário de Cuiabá

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