Argentina suspende embargo à carne brasileira

A Argentina vai levantar, a partir da 0h de sábado, o embargo às importações de carne e animais suscetíveis à febre aftosa do Brasil, informaram o Serviço Nacional de Sanidade Agroalimentar (Senasa) e o Ministério da Agricultura brasileiro nesta sexta-feira.

O país suspendeu as compras do Brasil no dia 22 de junho, após a confirmação pelo governo de um foco de aftosa no Pará.



De acordo com um comunicado divulgado no site do Senasa, órgão argentino, ficam liberadas as compras de carne da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins, Rondônia e Distrito Federal.

A decisão foi tomada após uma reunião do Comitê Veterinário Permanente do Mercosul, realizada em 28 e 29 de junho em Montevidéu, na qual o diretor do Departamento de Defesa Animal do Ministério da Agricultura, Jorge Caetano Júnior, apresentou informações sobre o foco e reforçou que ele ocorreu numa área fora da zona livre da doença.

"Os diretores de Saúde Animal do Mercosul Ampliado obtiveram assim as respostas epidemiológicas necessárias... e, baseados no informe, puderam concluir que os Estados reconhecidos... como livres de aftosa com vacinação estão recebendo as medidas sanitárias emergenciais que lhes permitem conservar este status", afirma o Senasa no comunicado.

A Argentina foi o segundo país a suspender as compras de carne do Brasil após a confirmação do foco de aftosa em Monte Alegre (PA), no dia 17 de junho.

O primeiro a vetar o produto brasileiro foi a Rússia, que levantou o embargo parcialmente no dia 30 de junho.

EFEITOS REDUZIDOS

O embargo da Argentina à carne brasileira, que durou pouco mais de uma semana, não deve gerar prejuízos financeiros significativos aos exportadores, disse a jornalistas o secretário de Defesa Agropecuária, Maçao Tadano.

De janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou 13,8 mil toneladas para a Argentina, considerando carne bovina industrializada, suínos, frangos e perus, com receita de US$ 19 milhões.

Em 2003, foram vendidas 46,3 mil toneladas, que geraram US$ 51 milhões.

Havia temor no governo de que a suspensão pudesse prejudicar a imagem do Brasil no mercado internacional de carnes e que outros países seguissem o exemplo da Argentina e da Rússia.

Nesta semana, a Rússia também retirou o embargo à carne de quase todo Brasil. As restrições foram mantidas apenas para produtos de dois estados: Pará e Mato Grosso.