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Economia
Sexta - 02 de Julho de 2004 às 17:57
Por: Gustavo Porto

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Ribeirão Preto - A gigante norte-americana de alimentos Cargill anunciou hoje a saída do mercado de suco de laranja no Brasil e a venda de todos os ativos para a Cutrale e para a Citrosuco, as duas maiores empresas mundiais do setor, ambas de capital fechado e 100% nacional. A multinacional alegou questões estratégicas para a venda e o valor do negócio não será divulgado por se tratar, segundo elas, de sigilo contratual.

Todos os bens das unidades ficarão com os novos proprietários e os 1.651 funcionários da Cargill serão mantidos, assim como os contratos já feitos com produtores de laranja, de acordo com informações da Cutrale e da Citrosuco.

Com a compra, Cutrale e Citrosuco irão concentrar cerca de 70% do mercado processador brasileiro, o maior do planeta, que movimenta 80% das exportações mundiais e fatura US$ 1,5 bilhão. O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, afirmou que o negócios terá de ser analisado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Quando ocorre uma concentração dessa é normal que isso ocorra", disse Garcia.

A gerente de assuntos corporativos da Cargill no Brasil, Maria Helena Miessva, informou que a empresa terá prioridade por um período, ainda a ser definido, na compra do suco de laranja e na distribuição do produto das duas unidades vendidas no mercado europeu.

O diretor-executivo da Citrosuco, Maurílio Lôbo, afirmou que o negócio é uma conseqüência da posição da empresa de ser compradora de ativos no País. "Nós sempre declaramos que somos compradores de ativos, desde que eles dêem continuidade ao nosso negócio. Estamos muito felizes com a aquisição, pois é uma mostra da confiança que nós temos no agronegócio nacional e na capacidade exportadora do País", afirmou.

Para o diretor da Cutrale, Marcos Moraes, "a compra dos ativos é uma vitória do Brasil". O executivo avaliou com otimismo o fato de a Cargill se manter como negociadora das duas empresas. "A Cargill certamente vai nos ajudar a buscar novos mercados, o que é um desafio hoje. Não na Europa, mas na Ásia, para onde está todo o foco do setor", afirmou.




Fonte: Estadão.com

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