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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 02 de Julho de 2004 às 14:41
Por: Piedad Viñas

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Paula Jones, Gennifer Flowers e Monica Lewinsky, as mulheres que abalaram o mandato do ex-presidente americano Bill Clinton, reapareceram para acusá-lo de ter mentido em sua recém-publicada auto-biografia, chamada "Minha vida".

Paula Jones, que processou Clinton por assédio sexual, acusou-o de mentiroso e desafiou-o a discutir com ela cara a cara. "Deus, eu e ele sabemos o que ele fez", declarou Jones.

Ela processou Clinton em 1994 alegando que três anos antes, quando ela era uma funcionária do estado em Arkansas, Clinton, então governador, a acariciou e lhe mostrou seus genitais em uma tarde de verão, quando estavam sós em um quarto de hotel em Little Rock.

Clinton negou tudo desde o princípio, e agora, repete as negativas no livro. Jones assegura que o ex-presidente "tem um problema muito grande para dizer a verdade, e a maioria dos americanos sabe disso", declarou à rede de televisão CNN.

"Não tenho medo de debater com ele porque sei que o que aconteceu, aconteceu", disse Jones.

Jones afirmou que não sentiria nenhuma vergonha por se encontrar publicamente com o ex-presidente e dizer que ele "sabe que fez comigo o que fez. Mas Bill Clinton nunca concordaria com algo assim".

Foi durante um depoimento no caso Paula Jones que Clinton fez a declaração que lhe causaria mais problemas, ao ser perguntado sob juramento sobre um possível caso com a ex-estagiária Monica Lewinsky. Foi também o motivo de ter passado, segundo ele relata em seu livro, dois meses dormindo no sofá.

O fantasma Lewinsky reapareceu. E, claro, está furiosa pelo modo como o ex-presidente conta o caso no livro.

Ela acusa-o de "destruir" sua vida e de querer reescrever a história em suas memórias.

Lewinsky, em entrevistas concedidas à imprensa britânica, disse que se sentiu muito triste quando descobriu as alegações de Clinton de que teve uma relação com ela "só porque poderia fazê-lo". Para ela, a relação foi "mútua".

Além de zangada, Lewinsky sentiu-se muito decepcionada ao ler como Clinton descreve no livro o nojo que teve depois de sua relação com ela e quando relata que foram "velhos demônios" os que o levaram aos braços da jovem.

O caso alcançou proporções gigantescas no mundo inteiro, quando foi iniciada uma investigação que o levou a ser julgado pela Câmara de Representantes sob acusações de perjúrio e obstrução da justiça, após negar que teve relações sexuais com Lewinsky.

No final, admitiu uma relação "inadequada" com ela, mas manteve o posto de presidente depois de ser absolvido pelo Senado. Quando o episódio terminou, a ex-estagiária perdeu o anonimato e passou a fazer anúncio de dietas, apresentar programas de televisão e vender artigos na internet, aproveitando a fama conquistada ainda que de forma não-usual.

Com Paula Jones, Clinton chegou a um acordo extrajudicial em novembro de 1998 pelo qual pagou 850.000 dólares para enterrar o assunto, sem oferecê-lhe, entretanto, desculpas nem admitir nenhuma das acusações.

Em suas memórias, ele expressa confiança de que teria ganho o caso, mas Jones contra-ataca dizendo que, se estava tão seguro de ganhar nos tribunais "por que não seguiu adiante?"

Jones e Lewinsky não são as únicas mulheres a assombrarem o ex-presidente. Antes, houve ainda um caso com Gennifer Flowers, que também reapareceu para dar sua versão.

Durante a campanha presidencial de 1992, Flowers, então cantora de um clube noturno de Little Rock - e agora dona de um local similar em Nova Orleans -, revelou que teve um romance com Clinton de nada menos que doze anos. Clinton admite que houve uma relação fora do casamento, mas não dessa duração.

Flowers, contudo, insiste: Clinton tem um "contínuo desprezo pela verdade" e por isso é "uma desgraça nacional".




Fonte: Agência EFE

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