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Polícia Brasil
Sexta - 02 de Julho de 2004 às 13:52
Por: Carlos Martins

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A transferência na quarta-feira do ex-cabo Hércules de Araújo Agostinho da Companhia de Operações Especiais (COE), em Várzea Grande, para a Companhia do Batalhão de Guarda do Presídio de Pascoal Ramos, em Cuiabá, trouxe tranqüilidade para os moradores do bairro Cristo Rei. A presença do pistoleiro, réu confesso de vários assassinatos, muitos deles a mando do crime organizado, causava preocupação já que a região é muito movimentada, inclusive com três escolas estaduais onde estudam centenas de crianças e adolescentes.

Hércules estava há mais de nove meses na COE (antiga Companhia Independente e que agora é vinculada ao Batalhão de Operações Especiais). Ele ficou na sala do comando, cuja porta foi retirada e em seu lugar montou-se uma estrutura gradeada. As grades foram arrancadas e montadas novamente numa sala da companhia do Pascoal Ramos. Preso por policiais militares no dia 14 de setembro do ano passado em Rondônia, Hércules chegou a passar uma noite na Delegacia de Capturas, antes de ser transferido para a COE.

A segurança dos moradores, em caso de uma tentativa de resgate, e ainda o fato de a estrutura da COE não ser apropriada para guardar um preso foram determinantes na decisão do comando da Polícia Militar em fazer a transferência. “Hércules é um preso de alta periculosidade e a presença dele ali oferecia risco para os moradores e as crianças que estudam nas escolas próximas”, disse ontem o coronel PM Benedito Campos Filho. Segundo ele, o espaço físico onde estava detido Hércules também era inadequado e o lugar para onde foi levado oferece melhores condições.

Assim que chegou em Cuiabá, Hércules começou a confessar vários assassinatos tanto na Justiça Federal como para os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Com medo de ser morto, pediu aos promotores para não ser levado para o Presídio Pascoal Ramos, onde estão presos vários integrantes do grupo que era comandado por João Arcanjo Ribeiro. Em cinco julgamentos, o pistoleiro foi condenado em quatro, acumulando 82 anos e um mês de prisão. Entre os crimes pelos quais foi condenado estão o do empresário Sávio Brandão e do sargento José Jesus de Freitas e de dois seguranças.

“A companhia para onde Hércules foi levado fica dentro do complexo [do Pascoal Ramos] mas é totalmente isolada. Ele não terá nenhum contato com os outros presos e a sua segurança está garantida. Inclusive ele terá assegurado seus direitos como determina a lei, como visitas e banho de sol”, afirmou o coronel Campos Filho. Policiais do BOPE e da COE continuarão a fazer a segurança do preso.

“Se chegassem pistoleiros, para tentar tirar o Hércules, poderia sobrar para nós. Eu ficava com medo de um tiroteio”, disse ontem uma moradora da rua Professora Isabel Pinto, cuja casa fica quase em frente a COE. Aposentada, com 60 anos, ela preferiu não se identificar. Durante a transferência, diante do aparato policial (motos, viaturas e helicóptero), chegou a circular o boato de que ele havia fugido. O movimento atraiu dezenas de moradores que se postaram nas ruas próximas, inclusive na Praça Áurea Braz, que fica na esquina, ao lado do COE. Esta praça é ponto de encontro dos estudantes das escolas José Leite Moraes, Júlio Muller (que fica nos fundos do COE) e Domingos Sávio Brandão de Lima, que fica um pouco mais distante.




Fonte: Diário de Cuiabá

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