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Internacional
Quinta - 01 de Julho de 2004 às 09:29

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O ex-presidente do Iraque Saddam Hussein se recusou a assinar os documentos oficiais depois que sete acusações foram lidas contra ele.

Saddam disse que o tribunal era um "teatro" e que "o verdadeiro criminoso" era o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.

Segundo militares americanos, durante a audiência, Saddam disse não se arrepender da invasão do Kuwait em agosto de 1990 que levou à Guerra do Golfo, em janeiro do ano seguinte.

"Eu fiz isso pelos iraquianos. Como você pode defender esses cachorros?", disse Saddam ao juiz, que o repreendeu pela linguagem usada.

O ex-presidente deve ser julgado por crimes de guerra e genocídio.

Vídeo

Saddam estaria algemado e com uma corrente ao redor da cintura quando chegou ao tribunal nesta quinta-feira. De acordo com a emissora de televisão americana CNN, Saddam teria chegado ao tribunal em um ônibus blindado, acompanhado de quatro veículos militares e de uma ambulância.

Um vídeo sobre a audiência já foi divulgado. Essa será a primeira vez que os iraquianos verão o ex-presidente desde que ele foi capturado, em dezembro de 2003.

Saddam se apresentou à corte como "presidente do Iraque".

Essa é a primeira aparição de Saddam no tribunal criado especialmente com o objetivo de julgar o ex-presidente e 11 de seus assessores. A audiência ocorre em local secreto, acredita-se que perto de Bagdá.

Embora ainda estejam sendo fisicamente mantidos pelos americanos, Saddam e os outros líderes do antigo regime iraquiano não são mais prisioneiros de guerra.

A sua custódia legal foi transferida ao governo interino iraquiano, e eles agora são tecnicamente detentos com proteções legais dentro do sistema judicial do Iraque.

O julgamento de Saddam pode durar meses, ou talvez anos. Advogados do ex-presidente questionam a legitimidade do tribunal para julgá-lo.

Um dos integrantes de sua equipe jurídica, Mohammed Rashdan, disse à BBC que o acesso ao seu cliente tem sido negado pelos americanos.

Ele contou também que os advogados de Saddam vêm recebendo ameaças de morte vindas do governo iraquiano.

Mas o novo conselheiro de Segurança Nacional do Iraque, Mowaffaq al-Rubaie, afirma que o processo de Saddam e dos outros 11 acusados não será apenas de aparências.

"Como governo interino do Iraque, prometemos à população, ao mundo árabe e ao resto do mundo que Saddam receberá um julgamento justo", declarou.

O governo iraquiano estuda restaurar a pena de morte, e Al-Rubaie disse que Saddam Hussein poderia ser executado se condenado.




Fonte: BBC Brasil

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