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Economia
Quinta - 01 de Julho de 2004 às 08:28
Por: Nelson Francisco

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Dentro de 15 dias os Estados de Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso vão produzir, juntos, relatório fotográfico completo com informações sobre a sanidade animal na Região. Em seguida, uma comissão vai à Rússia para apresentar a qualidade da carne bovina produzida, livre de febre aftosa.

A decisão foi tomada em reunião no início da noite desta quarta-feira (30.06), no Palácio Paiaguás, pelo ministro da ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, os governadores Blairo Maggi, José Orcírio dos Santos, Zeca do PT, (MS) e representantes do Governo de Goiás.

A Rússia suspendeu nesta quarta-feira o embargo à carne brasileira, decretado há 12 dias. O registro de um foco no rebanho do município de Monte Alegre, no Pará, levou a Rússia a suspender as compras de carne, no último dia 18. O Pará - Estado que ainda não foi reconhecido como livre de aftosa com vacinação e não atende ao mercado externo - foi excluído das negociações. O acordo sanitário Brasil-Rússia prevê que estados vizinhos àquele onde for registrado um foco de aftosa ficarão impedidos de exportar para aquele mercado por até 12 meses. Mato Grosso está proibido de vender carne para os russos.

"A expectativa que a gente tem é que seja possível reverter esse quadro o mais rápido possível, porque tecnicamente ficou comprovado que o assunto não é relevante", disse o ministro, lembrando que apenas a Rússia mantém o embargo à carne brasileira.

O volume de exportações em 2003 de carne suína Mato Grosso superou a casa dos 100 milhões de dólares, tendo como principais importadores o Egito, Holanda, Reino Unido, Arábia Saudita, Hong Kong, Rússia, Itália e Chile. A União Européia comprou 57 milhões de dólares em carne mato-grossense. Só a Rússia comprou US$ 4 milhões. Nos cinco primeiros meses deste ano, a Rússia já comprou US$ 4,5 milhões. No ano passado, o Brasil exportou 83,4 mil toneladas para o mercado russo. Mato Grosso respondeu por 4,9% das vendas de carne brasileira a Rússia.

"Nós precisamos tirar Mato Grosso dessa situação em que ele se encontra hoje. Vários frigoríficos que exportam para a Rússia estão embargados", disse o governador Blairo Maggi. Há oito anos sem o registro de nenhum foco de febre aftosa no Estado, o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), em parceria com a iniciativa privada, registrou em 2003 os maiores índices de imunização do rebanho bovino da história de combate à doença.

O ministro informou que o governo vai investir R$ 104 milhões no programa de defesa sanitária em 2004. De acordo com Rodrigues, a febre aftosa deve estar erradicada em todo o território nacional até 2005. "Mas as campanhas de vacinação continuarão a ser realizadas até 2007" .

Por conta do embargo à carne mato-grossense, a projeção de crescimento que era de 20% este ano caiu para 13%, informou Gavur Kirst, coordenador do Centro Internacional de Negócio da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt). A bovinocultura mato-grossense tem alcançado projeção mundial.

Além do cumprimento de acordos internacionais de saúde animal e gestão de qualidade, o gado bovino de Mato Grosso tem a vantagem de ser criado em áreas de pastagem. A raça predominante é a Nelore, na qual a gordura da carne é de cobertura, diferentemente das raças européias que é marmoreada (intermeada na carne). Com isso, permite uma perfeita separação entre carne magra e gordura, reduzindo drasticamente os teores de colesterol sem perda do sabor.




Fonte: Secom - MT

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