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Internacional
Segunda - 28 de Junho de 2004 às 19:54

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A cidade de Melilla, enclave espanhol no norte da África, se chocou hoje, segunda-feira, ao saber que uma mulher de 35 anos admitiu ter matado seu marido e suas filhas, uma com 15 anos e a outra com apenas cinco meses, usando veneno.

Apenas o filho do casal, de 12 anos, sobreviveu, depois de hospitalizado devido à forte intoxicação causada pelo remédio Colme, indicado para desintoxicação de alcoólatras e que ela utilizou para envenenar as filhas e o marido.

Francisca B.M., ou Paqui, como é conhecida por seus vizinhos, foi presa no início de junho, após a morte de sua filha de 15 anos, Sandra, ao mesmo tempo que seu filho Antonio estava internado em um hospital local com séria intoxicação.

Seu marido, Antonio, de 42 anos, morreu em janeiro, depois de também ter sido internado. A seqüência motivou uma investigação que trouxe revelações para a polícia.

Paqui negava ser responsável, mas confessou nesta segunda-feira ao juiz do caso, durante um interrogatório na prisão, ter matado, além do marido e da filha mais velha, também sua primeira filha, com apenas cinco meses de idade, em 1990.

Os vizinhos lembram agora que as crianças da família estavam freqüentemente doentes e não tinham vontade de comer, algo que poderia estar relacionado com o remédio que a mãe colocava diariamente em suas comidas, minando sua saúde.

Agora suspeita-se que a mulher também tenha sido a responsável pelas mortes prematuras de seu pai, há 18 anos e sua mãe, há três.

As suspeitas são reforçadas pelas semelhanças entre a longa lista de mortes na família de Paqui e os efeitos do remédio Colme.

Utilizado na Espanha há 25 anos para tratar alcóolatras, ele provoca náuseas, vômitos, transpiração excessiva, não deve ser administrado em crianças e pode provocar insuficiência coronária, infarto do miocárdio e insuficiência respiratória.

Florinda, a bebê de cinco meses, morreu de um coma diabético; Sandra sofria uma cirrose irreversível; seus pais e seu marido foram vítimas de um infarto do miocárdio.

Antonio, de 42 anos, havia sido internado três meses antes de morrer na UTI de um hospital local, quase ao mesmo tempo que seu filho. Na mesma data, sua filha Sandra sofria um agravamento de seu estado de saúde.

Na ocasião, Paqui disse aos seus vizinhos e conhecidos que os casos deveriam estar relacionados com à dedetização aplicada na cozinha de sua casa dias antes.

Quando Antonio, o pai, morreu, os médicos pensaram que havia sido em conseqüência do alcoolismo, fato que seus pais negam e que Paqui usa agora para justificar seus atos.

A mulher disse à polícia e ao juiz que seu marido era um alcoólatra e a maltratava, e que tinha intenção de abandoná-la levando seus filhos, motivo que alega para ter envenenamento todos os membros de sua família.

Ela declarou também que pretendia se suicidar e não queria que os filhos ficassem sozinhos no mundo, "porque ninguém os queria".

Fontes ligadas às investigações informaram à EFE que a suposta assassina atua com frieza e calcula bem suas respostas.

As fontes afirmaram também que o juiz quer ouvir as declarações de três homens com os quais Paqui manteve contatos através da internet, um deles na ilha canária de Tenerife, que ela chegou inclusive a visitar em novembro.

Paqui contou a ele que era viúva e que não tinha filhos.




Fonte: Agência EFE

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