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Sábado - 26 de Junho de 2004 às 10:56
Por: Raquel Teixeira

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O Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), a Secretaria de Desenvolvimento de Mato Grosso (Seder), o Fundo Emergencial contra Febre Aftosa, a Famato e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intensificaram as estratégias de fiscalização epidemiológica e sanitária de rebanhos animais na divisa de Mato Grosso com o Pará. A medida foi tomada após a notificação oficial de um foco de febre aftosa no município de Monte Alegre, no Pará.

O foco da doença foi detectado em uma propriedade localizada à margem esquerda do rio Amazonas, a 700 km da zona classificada de alto risco para febre aftosa no Pará, onde três animais bovinos adquiriram a doença, em um rebanho de 151 cabeças. O caso foi notificado no dia 17 deste mês pelo serviço de sanidade animal do Estado, que logo comunicou o fato ao Mapa.

O presidente do Indea, Décio Coutinho, afirma que os produtores rurais do Estado devem permanecer em estado de alerta. Ele disse ainda que para intensificar a fiscalização, o órgão aumentou o número de fiscais nos postos fixos na área da divisa com Pará, nas cidades de Vila Rica e Guarantã do Norte. Nos demais municípios – Matupá, São José do Xingu, Peixoto de Azevedo, Novo Mundo, Alta Floresta, Paranaíta e Apiacás – o instituto também aumentou as equipes volantes com fiscais e policiais militares que estão percorrendo a área com atenção redobrada.

“Apesar do foco estar localizado em uma propriedade distante da fronteira com o Estado, estamos alertando a cadeia produtiva, pois a doença pode ser transmitida pelo transporte dos animais, pelo ar, água e deslocamento humano”, alertou Décio Coutinho.

O chefe da divisão de Sanidade Animal da Delegacia Federal da Agricultura em Mato Grosso, Plínio Lopes, explicou que o Mapa está realizando um levantamento na área onde foi detectada a doença para saber se há a possibilidade de outros focos no local. ”A região é de difícil acesso, chega-se somente de barco, mas as medidas de contenção foram tomadas imediatamente”, informou Plínio, afirmando ainda que o ministério está fazendo um cruzamento de dados para detectar a origem do foco.

EXPORTAÇÃO SUSPENSA - O presidente do Indea explicou que a detecção do foco da aftosa causou alguns reflexos no segmento comercial em Mato Grosso, com a suspensão temporária da exportação de carne para a Rússia e Argentina. A Rússia é um dos maiores compradores do Estado, sendo que de janeiro até a primeira quinzena de junho, o país importou 1 milhão de toneladas de em carne bovina, suína e aves do mato-grossenses. “Esses países apenas interromperam a importação, mas não houve devolução, nem interrupção na produção”, destacou Décio Coutinho.

De acordo com coordenadora do Serviço de Inspeção Animal, órgão vinculado à Delegacia da Agricultura, Judi Maria Nóbrega sete frigoríficos do Estado estão habilitados a comercializar com a Rússia e oito com a Argentina.

“A atenção está sendo redobrada e a vigilância tornou-se mais intensa, com exigências mais rigorosas, para que o rebanho do Estado não seja colocado em risco”, ressaltou o delegado do Ministério da Agricultura em Mato Grosso, Paulo da Costa Bilego, que afirmou ainda que os órgãos sanitários e animal intensificaram também a fiscalização nos frigoríficos.

ZONA LIVRE – Mato Grosso é há mais de dez anos, região considerada internacionalmente livre de febre aftosa com vacinação. O Estado tem o segundo maior rebanho bovino do País, com cerca de 25 milhões de cabeças.

“A área de fronteira de Mato Grosso com o Pará está sob risco”, disse Coutinho, destacando que 35% do rebanho mato-grossense estão na região. “Estamos orientando os produtores para que redobrem os cuidados com o transporte, que deve ser conduzido com a documentação”, alertou.



Os órgãos em Mato Grosso também estão redobrando a vigilância nos abatedouros e propriedades rurais na divisa com o Estado do Amazonas.

A aftosa ataca animais suínos, caprinos, bovinos e ovinos e o animal apresenta um quadro sintomático – babando e mancando – e o vírus da doença é facilmente propagado.




Fonte: Secom - MT

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