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Saúde
Quarta - 23 de Junho de 2004 às 22:45
Por: Simone Wesley

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A Secretaria de Estado de Saúde (Ses) promove, entre os dias 23 e 24 de junho, o 1° Seminário de Avaliação da Prevenção à Transmissão Vertical do HIV/AIDS/Sífilis e Hepatites Virais. O evento acontece na Escola de Saúde Pública em período integral.

Durante o evento, 54 técnicos das áreas de DST/AIDS e Saúde da Mulher vão definir metas de identificação prévia das mulheres que são portadoras de sífilis e AIDS, redobrando à atenção da transmissão vertical do vírus HIV. A transmissão vertical acontece quando a mãe é portadora do vírus e passa para o filho ainda na gestação. Os médicos, enfermeiros, profissionais de saúde e das maternidades de referência vão discutir e analisar todas as ações desenvolvidas pelas três esferas de governo na assistência às mulheres gestantes no pré – natal, parto e pós - parto.

O Governo do Estado está intensificando as ações de descentralização no controle as DST/AIDS, por meio de capacitação dos profissionais da área nos municípios para a prevenção, tratamento e diagnóstico destas doenças. A Ses vem implementando a atuação dos serviços de Sistemas de Informação, nos Centros de Testagem e Aconselhamento e de Serviços de Assistência Especializada aos pacientes da rede. Está também investindo na aquisição de equipamentos do Laboratório Central (Lacen) para a realização dos testes anti – HIV e no fornecimento de medicamentos anti – retrovirais, de doenças sexualmente transmissíveis e também das infecções oportunistas. Doenças oportunistas são aquelas que atacam o organismo do paciente infectado pela AIDS.

De acordo com a responsável técnica do Programa Estadual de DST/AIDS, Maria Helena Lopes, outra ação da Ses é a formação de parcerias com Ong’s para trabalhar com os profissionais de sexo e que estão propícios à contração da doença.

Segundo disse ainda Maria Helena, a Saúde do Estado vem cumprindo com suas atribuições legais no controle da doença. “Ampliamos de quatro para 15 os municípios prioritários. Os responsáveis pela área técnica vão in loco nos municípios para verificação do andamento dos trabalhos”, explicou.

O Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Nacional de DST/AIDS, criou em outubro de 2002, uma comissão para a Profilaxia da Transmissão Vertical do HIV e Terapia Anti – retroviral em gestantes. A finalidade principal é reduzir a transmissão vertical do HIV, principalmente na administração de medicamentos durante a gestação, a cesariana eletiva e a substituição do aleitamento materno. Cerca de 65% da transmissão do HIV da mãe para o filho ocorre durante o trabalho de parto e no nascimento do bebê.

O aleitamento materno representa um risco adicional de transmissão da mãe infectada para o filho de 7% a 22%. Em Mato Grosso existem 140 casos de gestantes infectadas com o vírus da AIDS, do período de 2000 a 2004.

“Para que possamos implantar definitivamente estas medidas adotadas pelo Ministério da Saúde no Estado, os gestores municipais devem ser também nossos parceiros, principalmente aumentando a cobertura das testagens nos pré -natais, intensificando o atendimento às gestantes. Se uma gestante fizer o teste até uma hora antes do parto e for aplicada à medicação adequada e de imediato, reduz em 98% as oportunidades do recém – nascidos adquirir a doença”, ressalta Maria Helena.

HISTÓRICO – Atualmente há 2.405 casos de AIDS registrados em pessoas com idade acima de 13 anos, compreendendo o período de 1984 a 2004, conforme dados da Coordenadoria DST/AIDS. Existem 75 casos de menores de 13 anos, de 1991 a 2004.

No SAE Estadual, existem em média 1.600 mil pacientes que fazem o tratamento da Aids com o uso do coquetel (do retroviral AZT e outros medicamentos). De janeiro a outubro de 2003, foram distribuídos gratuitamente 2,6 milhões de preservativos masculinos e 19,7 mil femininos no Estado. “Cerca de 400 mil pessoas desconhecem sua situação sorológica por medo ou preconceito, o que dificulta o acesso dos doentes ao tratamento, além de permitir que outras milhares de pessoas possam vir a ser infectadas, inclusive bebês de mães que não sabem que têm o vírus.Embora a AIDS não tenha cura, o tratamento com anti-retrovirais, oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, vem permitindo que as pessoas infectadas pelo HIV tenham melhores condições de enfrentar a doença e, conseqüentemente, melhor qualidade de vida”, destaca Maria Helena Lopes.

TRATAMENTO – O município de Cuiabá conta com oito Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Neste setor, a pessoa passa por um aconselhamento com psicólogos, realiza exames, recebe preservativos mensalmente.

Já o Serviço de Assistência Especializado (SAE) possui uma estrutura maior, por oferecer assistência farmacêutica e tratamento odontológico. Existem esses serviços especializados nos municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Sinop e a Referência Estadual que fica no Instituto de Especialidade de Mato Grosso (IEMT), localizado à rua Thogo Pereira s/n, centro.

Na capital, os hospitais de referência para internação desses pacientes são Hospital Geral, Hospital Santa Helena e Hospital Universitário Júlio Muller. No município de Rondonópolis (210 km ao Sul da Capital) conta com seis Centros de Testagem e Aconselhamento, um SAE e atendimento especializado em serviços odontológicos e leitos de retaguarda na Santa Casa de Misericórdia para gestantes soropositivas.

O município de Sinop (500 km ao Norte) possui um Centro de Testagem e Aconselhamento e um SAE. Os hospitais de referência são o Regional de Sorriso e o Comunitário de Sinop, conveniados com o SUS.

O exame da Aids é gratuito e o teste deve ser feito por todas as gestantes e por qualquer pessoa que tenha passado por alguma situação de risco, como compartilhamento de agulhas não descartáveis no uso de drogas injetáveis ou relações sexuais sem preservativos. O diagnóstico do HIV contribui para o combate à disseminação da doença, e para o sucesso do tratamento.

HEPATITES VIRAIS – A hepatite viral é uma doença contagiosa que ataca o fígado. Os tipos mais comuns da doença são as A, B e C, que podem ser crônicas, sem cura, e as agudas que duram em média de um a três meses.

Para diminuir os casos de hepatite viral no Estado, que no período de 1995 a 2002 houve 6.158 casos notificados, a Secretária de Estado de Saúde (Ses) vem implementando várias ações para combater essas doenças em Mato Grosso. Em setembro de 2003, foi implantado o Comitê Estadual de Combate as Hepatites que regularizou a realização dos exames de sorologia no Laboratório Central do Estado (Lacen), aumentando a cobertura vacinal e garantindo a medicação de alto custo para o tratamento das hepatites crônicas. Além de estar realizando capacitação de médicos e técnicos da Vigilância Sanitária para efetuar o controle e o tratamento das hepatites virais.

A vacina contra Hepatite B pode ser encontrada em qualquer posto de saúde, o tratamento é gratuito em qualquer unidade de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Mato Grosso a vacina está implantada no serviço de imunização da SES para a população menor de 20 anos e disponível para todas as pessoas com risco de contrair a doença (contatos e grupos de risco).

A hepatite A atingiu menores de 15 anos em 71% de casos notificados e a hepatite B teve 73% dos casos com idade igual ou superior a 20 anos. Já a hepatite C com 76% de casos notificados na faixa etária acima de 20 anos.




Fonte: Secom - MT

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