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Economia
Quarta - 23 de Junho de 2004 às 22:31
Por: Paula Pulliti

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São Paulo - O presidente do conselho de administração do grupo Votorantim, Antonio Ermírio de Moraes, disse hoje, em palestra no fórum Infra 2004, promovido pela Agência Estado e a International Business Communications (IBC), que o governo Lula está no caminho certo, mas fez duras críticas à elevada carga tributária, citando dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBTP), de que a cobrança de impostos chega a 38% do PIB.

Para ele, a carga tributária é um dos responsáveis pela queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atestada pela pesquisa CNT-Sensus divulgada na terça-feira. O empresário apontou ainda a informalidade na economia e os juros altos com entraves para o investimento estrangeiro. "Quem não paga impostos ri daquele que paga", criticou durante palestra

Sobre a viabilidade das Parcerias Público-Privadas (o projeto está no Senado), Ermírio afirmou que elas ainda são um projeto sem forma. "Vamos ver como será quando o projeto estiver pronto. Mas acredito que se cuidarmos mais de infra-estrutura, podemos crescer de forma astronômica," disse.

Celeiro do mundo

O empresário disse acreditar que o Brasil será o celeiro do mundo, já que não faltam recursos naturais ao País para garantir a liderança na agricultura. Lembrou que, enquanto em boa parte do mundo os países estão preocupados com água, o Brasil detêm 20% dos recursos hídricos mundiais, que garante não apenas irrigação, mas abundantes fontes de energia. "Os países que sofrem com falta de água terão de importá-la. E essa importação acontecerá na forma de alimentos", disse.

O empresário disse que ainda mantém a esperança, alimentada há anos, de ver o Brasil posicionado entre os países do primeiro mundo. Ele cobrou do governo que faça mais propaganda sobre tudo o que o País tem de bom, incluindo a competitividade conquistada nas áreas agrícola e mineral.

Ele reforçou a convicção de que é fundamental a criação de uma força tarefa voltada para a educação e a eliminação do analfabetismo funcional. "É preciso bater duro na questão da educação e treinar melhor os professores, pois são eles que dão o exemplo. É ponto crucial para o desenvolvimento do País", disse. "Confio que nos próximos 20 ou 30 anos, o Brasil será respeitado como uma nação competente", afirmou.




Fonte: Estadão.com

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