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Economia
Quarta - 23 de Junho de 2004 às 08:57
Por: Jander Ramon

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Stuttgart - Empresários do setor automotivo presentes ao "Encontro Econômico Brasil-Alemanha", em Stuttgart, reconheceram nesta terça-feira que o forte crescimento das exportações das grandes empresas do setor de autopeças poderá deixar as montadoras do País desabastecidas caso ocorra algum aumento do consumo de veículos no mercado doméstico. "O mercado automotivo brasileiro não tem ociosidade porque os fornecedores não têm mais capacidade para produzir", disse o presidente da DaimlerChrysler do Brasil, Ben van Schaik." Apenas as grandes empresas, exportadoras, estão com sua capacidade instalada plenamente ocupada", reconheceu o CEO da Mahle Metal Leve, Claus Hoppen.

Durante o evento, Schaik perguntou a Hoppen se a Mahle poderia atender à DaimlerChrysler, caso a empresa colocasse um pedido para expansão da produção de motores no Brasil. "Estamos com a nossa produção em Mogi Guaçu totalmente ocupada, 24 horas por dia e sete dias por semana. Não poderia atendê-lo nesse momento, infelizmente", disse o CEO da empresa de autopeças. Para o executivo da DaimlerChrysler, a provável escassez de peças pode se tornar "um bom problema" do Brasil, pois exigirá das companhias investimentos na expansão do parque produtivo.

Empresários do ramo de autopeças comentavam a falta itens como virabrequim, pneus e aço, entre outros produtos. Mas alegavam a baixa lucratividade de seus negócios, provocada pela pressão de preços das montadoras, como a razão pela falta de investimentos. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, admitiu a escassez de alguns itens provocada pelas exportações. Ele procurou, entretanto, não criticar os fornecedores, alegando que as autopeças "gerenciaram melhor sua capacidade produtiva à demanda do mercado". "O mercado doméstico não evolui e qualquer crescimento terá que ser feito estruturalmente", admitiu.

As estimativas da Anfavea, ainda conservadoras, apontam para o crescimento de 9% para o volume de unidades produzidas, atingindo 1,9 milhão de veículos, ante uma produção pouco superior a 1,8 milhão no ano passado. "O crescimento acontece via exportações, porque o mercado doméstico está parado. Se houver crescimento das vendas internas, as autopeças tem condições de rapidamente expandir sua capacidade produtiva com investimentos", avaliou Golfarb.




Fonte: Estadão.com

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