Clinton acusa a mídia de ajudar extrema-direita

O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton acusou a mídia de fazer o jogo da extrema direita e gostar de "ferir as pessoas". Em entrevista a um programa de TV da BBC que será transmitido hoje à noite, Clinton também revelou que sua mulher, Hillary, lhe mandou dormir no sofá de casa depois que seu caso com Monica Lewinsky veio à tona.

O ex-presidente ficou visivelmente agitado quando o jornalista David Dimbledy, um famoso apresentador de TV britânico, lhe perguntou por que ele teve um caso com Lewinsky quando sabia que estava sendo investigado pelo promotor especial Kenneth Starr por outros motivos. "Gente como você sempre ajuda a extrema direita, porque vocês gostam de ferir as pessoas, e gostam de falar do quanto as pessoas são ruins e de todos os seus sentimentos pessoais", disse Clinton, referindo-se aos jornalistas.

Quem se importa?

Clinton acusou a imprensa de fazer o jogo de Kenneth Starr apesar de as investigações do promotor especial estarem prejudicando a vida de outras pessoas. "Eles indiciaram todas as pessoas comuns de Arkansas, quanto vocês se importavam com elas? Elas não são famosas, quem se importa se suas vidas foram arruinadas", disse Clinton.

"Quem se importa se os filhos delas estão sendo humilhados? Ninguém na sua linha de trabalho se preocupou nem um pouco com isso naqueles dias. Por quê? Porque ele (Starr) estava ajudando a história de vocês."

O ex-presidente democrata ainda disse que a imprensa se preocupou mais com sua vida pessoal do que com o conflito da Bósnia, que estava acontecendo na mesma época.

Quanto ao fato de ter sido mandado dormir no sofá, Clinton, já com o humor recuperado, disse que na verdade considerou isto um sinal positivo na época. "O fato de que eu estava dormingo no sofá e elas ainda estavam na mesma casa comigo significava que Hillary e Chelsea (a filha do casal) não haviam desistido de mim", disse Clinton.