Intel quer criar pólo de pesquisa no Brasil

A gigante dos semicondutores Intel assinou ontem acordo de colaboração com o Ministério da Educação em áreas do ensino básico ao médio e que prevê a criação de um projeto-piloto para conexão à Internet em escolas por tecnologias sem fio. Pelo acordo, a companhia norte-americana vai doar computadores e também colaborar com o MEC no desenvolvimento de dispositivos de TV digital. Universidades que participam de centros de pesquisa da Intel no país poderão integrar o projeto.

Em troca, o ministério apoiará o programa da Intel para conexão de escolas à Internet via tecnologias de rede banda larga sem fio em curtas distâncias (WiFi) ou de grandes distâncias (WiMax). "A idéia é integrar áreas que são atendidas somente por satélite, que é uma tecnologia cara", disse o gerente de programas de tecnologia da Intel, Max Leite. Detalhes do acordo serão divulgados no terceiro trimestre, quando os entendimentos forem finalizados, disse o executivo.

A parceria da Intel com o MEC faz parte da estratégia da empresa de criar no Brasil um "pólo de pesquisas de tecnologia", afirmou o diretor de assuntos corporativos da companhia, Paulo Cunha. "Não temos limitação para investir neste segmento. Tragam empresas para nós", disse Cunha em entrevista a jornalistas. O braço de investimentos da companhia, Intel Capital, vem desde o final de 2002 aplicando recursos em empresas nacionais iniciantes.

Além disso, a empresa deve abrir em setembro seu quinto centro de pesquisa de tecnologias sem fio no Brasil, uma das prioridades mundiais da Intel, em parceria com instituições de ensino superior, disse Cunha.

Cerca de 10% dos softwares do catálogo mundial da Intel voltados para dispositivos portáteis de comunicação e acesso à Web foram criados no Brasil. Cunha disse que a empresa vai ampliar seus investimentos em pesquisa no país em 2005, mas não informou detalhes.