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Nacional
Sexta - 18 de Junho de 2004 às 08:36

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O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, disse hoje que o governo federal sofreu uma derrota ontem no Senado, mas que a medida provisória (MP) que estabelece o salário mínimo em R$ 260,00 será aprovada com folga na Câmara de Deputados. O Senado aprovou a proposta do PFL de um salário mínimo de R$ 275 por 44 votos a 31.

"A verdade é que no Senado o governo não teve maioria. Precisamos construir essa maioria. O PFL contou com parte (dos votos) do governo, o que realmente complicou a situação. Nós consultamos os líderes do Senado e eles foram da opinião de que o melhor seria votar e devolver a matéria para a Câmara, onde temos maioria e é mais fácil aprovar (o mínimo)", disse Rebelo em entrevista ao telejornal Bom Dia Brasil.

"O que há de errado no Senado é que o governo não conseguiu construir sua maioria. O governo conseguiu aprovar matérias e reformas importantes através da negociação, mesmo em minoria. Dessa vez, não houve acordo para aprovação. Mas, na Câmara, vamos recompor a matéria e a maioria e aprovar a medida provisória. Não vamos perder essa medida na Câmara. Tivemos 99 votos de diferença, já que essa maioria é uma maioria simples. Fizemos 266 votos e a oposição, 167", explicou.

Caso consiga uma nova vitória, o projeto voltaria ao Senado, mais uma vez com o valor de R$ 260. Em caso de outra derrota, ainda restará a opção de Lula vetar o novo salário. Para manter os R$ 275, a oposição teria que derrubar o veto presidencial.

Sobre a falta de apoio do governo federal no Senado, Rebelo disse que houve uma mudança nessa questão entre o governo de Fernando Henrique Cardoso e o governo Lula. "Os governos conservadores tinham mais vantagens na Casa mais conservadora, o Senado. A Câmara é mais dinâmica, onde o governo tem mais representatividade", disse. "O PFL não tem aliados e tem bancada reduzida na Câmara, diferente do que ocorre no Senado", concluiu.

O ministro disse ainda que uma possível punição a senadores da base aliada que votaram contra a MP do mínimo é uma questão partidária.

Ontem, Rebelo disse a jornalistas que derrotas são circunstâncias da vida. "A vida não é feita somente de vitórias. Nós sabemos, que quando queremos alcançar objetivos, como é caso do governo do presidente Lula, temos que arriscar, nós temos que buscar permanentemente a vitória e a derrota, pois sempre ela atravessa o caminho, mesmo das instituições mais vitoriosas. O Santos do Pelé sofreu derrota, o Cassius Clay sofreu derrota e o Exército Vermelho, antes de derrotar o nazismo, também sofreu derrotas; então a derrota é uma contingência da vida e na democracia é uma contingência da vida democrática."




Fonte: Terra

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