Butantã quer abastecer outros países com vacinas
Segundo o sanitarista Otávio Mercadante, diretor do instituto, tanto as instalações e equipamentos quanto o número de pesquisadores são suficientes para encarar o desafio de aumentar a produção e exportar. "Não dependeremos mais de um único comprador, que é o Ministério da Saúde", diz ele.
A idéia é que já no ano que vem sejam feitas vendas ao exterior para, em cinco anos, o Butantã atingir status de referência mundial na exportação de vacinas. Para isso, entretanto, será preciso competir com grandes laboratórios europeus e americanos. Segundo Mercadante, o Butantã terá de contar com uma política comercial agressiva. "Mas estou seguro de que vamos conquistar nosso espaço. Nossos produtos seguem padrão internacional e os preços são em reais." Os preparativos passam pela certificação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e o diretor garante que a instituição está preparada.
A América do Sul e a África são o foco inicial do Butantã, que aposta na grande demanda e baixa oferta da vacina tríplice. Outras três vacinas estão em fase de produção e vão para o mercado no ano que vem. Uma delas é a anti-rábica, desenvolvida em parceria com o Instituto Pasteur.
Um dos grandes investimentos do Butantã é a vacina contra a gripe. O instituto prevê uma produção em torno de 17 milhões de doses, com 130 pessoas envolvidas. "Mas ela só será lançada daqui a três anos." Outra novidade é uma dupla, conjugando a BCG (anti-tuberculose) e a vacina contra hepatite B. "Será feita em parceria com a Unicamp e aplicada em recém-nascidos", explica Mercadante.
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