Adauto Botelho melhora atendimento à mulher interna

O Centro Integrado de Atenção Psicossocial (Ciaps) Adauto Botelho conta agora com uma unidade de internação feminina. A obra foi construída com o objetivo de cumprir uma das metas estabelecidas pela secretaria de Estado de Saúde (Ses), a de proporcionar um tratamento humanizado e eficiente às pessoas portadoras de transtornos mentais e comportamentais.

A unidade possibilita as mulheres internas mais conforto, segurança e a integridade individual de cada uma. “Trata-se de uma providência cautelosa, uma vez que o doente portador de sofrimento psíquico não tem controle total de seus atos e desejos. Separar os pacientes por sexo é questão moral, é também proporcionar tratamento humanizado visando melhorar a qualidade de vida”, disse a diretora geral do Ciaps Adauto Botelho, Márcia Arantes da Costa.

Segundo a médica Márcia Arantes, dos pacientes internos (total de 77), 35 são mulheres, que já estão acomodadas na nova unidade que foi totalmente reformada, climatizada, com oito quartos coletivos com completa infra-estrutura.

A novidade é o aproveitamento físico do espaço, onde as pacientes têm liberdade de transitar, com acesso aos quartos, salas de lazer, de jogos, de terapia, de televisão, refeitório. Em fase de acabamento, a construção da área livre terá amplo quintal, arborizado, com bancos, mesas em volta das árvores “A área verde será a verdadeira terapia ao ar livre onde as nossas pacientes poderão tomar banho de sol, andar, desenvolver atividades física e de integração. A intenção é que elas sintam como se estivessem em casa”, disse ela.

Diante da satisfação da realização de um antigo sonho, Márcia Arantes disse que a obra foi possível graças à unidade da equipe técnica da Secretaria de Saúde, que resolveu priorizar o atendimento à saúde da mulher com dificuldades mentais. “A grande ênfase é poder mudar o modelo de assistência médico-hospitalar em psiquiatria”, enfatiza Márcia.

ATENDIMENTOS – O Ciaps Adauto Botelho atende 1.700 pessoas por mês, com uma média de 57 pessoas por dia. O número, segundo a diretora de internações, a longo prazo caiu graças ao atendimento diferenciado que foi adotado. Conforme a diretora do Ciaps, ao chegar ao hospital, o paciente é logo encaminhado ao pronto atendimento. Ele passa por avaliação médica com especialistas em psiquiatria e clínico geral. Se o caso for considerado de fácil solução, como exemplo, o de motivo de ajuste de medicamento, ele é encaminhado para a observação, é submetido a tratamento terapêutico, clínico, com acompanhamento de psicólogos, podendo ser liberado ou permanecer por 72 duas horas até a crise passar, ou também ser admitido no Hospital Dia, que adota um sistema diferenciado de tratamento. Nesta modalidade o paciente permanece no sistema aberto, ou seja, ele fica hospital das 7h às 17h, ao término do dia retorna para o seu lar, para o convívio social de seus amigos e de seus parentes. Neste caso, para facilitar a ida e vinda dos pacientes do SUS, a Secretaria de Estado de Saúde é a responsável pelo transporte do pacientes, podendo ser através de vale transporte ou específicos em casos graves, com ambulâncias e vans.

Durante o dia são realizadas atividades terapêuticas com técnicas voltadas para a reintegração social.Passado esse período e avaliado novamente, podendo receber alta , ser encaminhado ao ambulatório ou ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Já nos casos considerados graves como: esquizofrenia, depressão profunda ou outros quadros psicóticos, que não respondem ao tratamento das primeiras 72 horas, os pacientes podem ser encaminhados para a unidade de internação onde permanecem até a estabilização do quadro clínico “Também chegam muitos pacientes com dependência química e com intoxicação. Socorremos , porém passada a crise, encaminhamos a outras unidades de saúde que cuidam dessa especialidade. No Ciaps internamos somente os portadores de sofrimento psíquico,” explicou Márcia Arantes.