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Saúde
Quarta - 16 de Junho de 2004 às 10:53

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O Instituto Butantan, ligado à Secretaria da Saúde do Estado de de São Paulo, se prepara para iniciar ainda neste ano a construção de uma fábrica de vacina contra a gripe, avaliada em R$ 55 milhões. Será a primeira instituição brasileira a deter a tecnologia de fabricação da vacina, que foi transferida pelo laboratório franco-alemão Aventis Pasteur.

A expectativa é que, a partir de 2007, a fábrica produza 17 milhões de vacinas por ano, ao custo estimado de R$ 90 milhões, para imunizar idosos, servidores da Saúde, população indígena e outros grupos de risco.

Neste ano, o governo federal gastou cerca de R$ 105 milhões com a importação de 17 milhões de doses, a maior parte usada na campanha de vacinação de pessoas com 60 anos ou mais. O único fornecedor é o Aventis Pasteur -a transferência de tecnologia é uma espécie de contrapartida pela exclusividade.

O prédio da fábrica, cuja licitação está em andamento, vai ocupar uma área de 2.000 m2, no próprio instituto. A obra, estimada em R$ 15 milhões, será bancada pelo governo estadual. A compra dos equipamentos, avaliados em R$ 40 milhões, já foi autorizada pelo governo federal.

Segundo Otávio Mercadante, diretor do Instituto Butantan, o processo de transferência de tecnologia começou em 2000, quando o laboratório começou a capacitar os funcionários do instituto.

A partir de 2001, o instituto iniciou o processo de envasamento e controle da vacina antigripal usada na campanha nacional de vacinação dos idosos. Ou seja, ficou responsável por colocar em frascos o produto recebido em botijões vindos da França.

Neste ano, o processo ficou um pouco mais complexo: o instituto começou a misturar, ainda experimentalmente, as três cepas do vírus influenza que compõem a vacina. Foram produzidas 400 mil doses, que foram remetidas à França para passar pelo controle de qualidade do Aventis Pasteur. Todas foram aprovadas.

Mercadante afirma que a idéia é que parte das vacinas usadas na campanha dos idosos de 2005 seja "misturada" no Butantan. A próxima fase, já com a fábrica pronta, será a produção da vacina propriamente dita. Uma das etapas inclui a compra de 17 milhões de ovos de galinha, nos quais as cepas do vírus da gripe serão inoculadas para a obtenção da vacina.

Segundo o geriatra João Toniolo Neto, que coordena o grupo de estudos da gripe da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a vacina usada no Brasil é composta por três tipos de vírus influenza que estejam em maior circulação. A composição, atualizada anualmente, é definida pela Organização Mundial da Saúde, de acordo com dados de vigilância epidemiológica do Brasil e de outros países do hemisfério Sul.




Fonte: Cuiabá/MT

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