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Internacional
Quarta - 16 de Junho de 2004 às 08:46

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O presidente iraniano, Mohammad Khatami, insinuou hoje que seu país pode retomar o enriquecimento de urânio, que suspendeu de forma voluntária no marco da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"Dispomos de um programa de enriquecimento de urânio para obter o combustível necessário para as centrais nucleares", disse o Khatami em Teerã depois de uma reunião do governo, segundo a agência iraniana de notícias oficial, Irna.

Também rejeitou as acusações de Estados Unidos e Israel, sem nomeá-los, em relação às atividades nucleares iranianas, e afirmou que Teerã "insiste em conseguir tecnologia nuclear para o uso pacífico".

Estas acusações "não nos preocupam porque somos membros da AIEA assim como do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e não pensamos em abandoná-los", acrescentou o presidente iraniano.

Por outro lado, disse que a adesão do Irã ao Protocolo Adicional do TNP, é um processo longo e complicado, e explicou que "tem que ser aprovado pelo Parlamento e o (influente) Conselho de Guardiães da Constituição" da República Islâmica.

Khatami fez esta declaração poucas horas depois que seu ministro de Exteriores, Kamal Jarazi, criticou a minuta de resolução apresentada à Junta de Governadores da AIEA, na qual a União Européia deplora o deficiente nível de cooperação de Teerã com este órgão internacional.

Jarazi, citado pela Irna, considerou que "a minuta de resolução contém o mesmo ponto de vista que os EUA querem", mas ressaltou que seu país "esperará para saber a avaliação final da Junta de Governadores da AIEA".

Jarazi rejeitou na terça-feira as críticas do diretor da AIEA, Mohamed El Baradei, a Teerã no que se refere à cooperação desse país em relação com suas atividades nucleares, e insistiu que o Irã "não tem nenhum plano para produzir armas (nucleares) e todas nossas atividades têm fins pacíficos".

Comentava assim as declarações feitas na véspera por Baradei, que acusou o Irã de não cooperar o suficiente com seu órgão.

Por sua vez, o presidente do Parlamento iraniano, Gholam Ali Haddad Adel, advertiu ontem que o Legislativo pode abster-se de ratificar a assinatura pelo governo de Teerã do Protocolo Adicional do TNP "se vermos que não serve aos interesses do Irã".




Fonte: Agência EFE

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