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Terça - 15 de Junho de 2004 às 14:44
Por: Alexandre Totorielo

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"Países que pregam o livre-comércio e não o praticam podem ser chamados educadamente de incoerentes. Mas essa atitude também pode ser entendida como discriminação", disse ele.

"Os países em desenvolvimento devem ter acesso total ao mercado dos países desenvolvidos. E também devem tirar proveito do comércio sul-sul (entre os países em desenvolvimento no emisfério sul)".

Annan disse que os Estados Unidos e a União Européia estão dando passos para a liberalização do comércio mundial, principalmente na área de remédios.

"A nova rodada multilateral (de negociações comerciais) que vai ser lançada aqui é uma grande promessa. Se os países aceitarem reduzir suas barreiras alfandegárias em 50% teremos um incremento de US$ 15,5 bilhões no comércio mundial."

Homenagem

Annan começou seu discurso convidando todos os presentes a fazer um minuto de silêncio em homenagem ao brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU morto em um atentado no Iraque em 2003. Annan disse que Mello era grande brasileiro e grande amigo.

Ele também citou a importância da nova geografia do comércio mundial, que é uma expressão cunhada por Lula baseada no incentivo ao comércio entre os países em desenvolvimento.

"Vamos deixar que os países em desenvolvimento tirem o máximo de proveito do comércio global."

O secretário-geral da ONU terminou sua fala prestando homenagem ao secretário-geral da Unctad, Rubens Ricupero, "que está para completar dez anos no cargo na luta contra a injustiça e a hipocrisia".

Também em discurso em São Paulo, o primeiro-ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra, afirmou que "a erradicação da pobreza só pode ser obtida com o acesso a novos mercados".

"Devemos continuar investindo no multilateralismo. Ao mesmo tempo, devemos diversificar o comércio sul-sul para diminuir a exposição ao risco".

Shinawatra também disse que a cooperação sul-sul é necessária, mas que culpar o norte não resolve. Ele pediu que o sul seja estimulado e se torne mais ativo, e que o norte seja mais compreensivo.

O evento, que ocorre a cada quatro anos, é visto como uma oportunidade para os países em desenvolvimento exigirem melhores acordos comerciais com as nações mais ricas.

A Unctad não determina normas comerciais, o que é feito pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Negociações na OMC para um acordo global de comércio fracassaram no ano passado num encontro em Cancún, no México.

União dos pobres

Os discursos em São Paulo devem convocar os países em desenvolvimento a permanecer unidos para consolidar uma posição única nas negociações comerciais com os países ricos.

Falando num dos vários encontros paralelos à reunião oficial, Annan enfatizou a necessidade de se realizar mudanças no comércio internacional.

Ele afirmou que a dura realidade é que o mundo é hoje mais desigual do que era quando a Unctad foi criada, há 40 anos.




Fonte: BBC Brasil

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