Especialistas do Vaticano discutem a New Age

De hoje até o dia 16, especialistas do Vaticano debatem o fenômeno da "New Age" (Nova Era), com o intuito de propor aos episcopados algumas idéias sobre o movimento, considerado pela Santa Sé uma utopia contra o cristianismo. A reunião é promovida pela Comissão de Reflexão sobre Seitas e Novos Movimentos Religiosos e dela participam especialistas da Congregação para a Evangelização dos Povos e dos Pontifícios Conselhos para a Promoção da Unidade dos Cristãos, da Cultura e para o Diálogo Ecumênico.

Os especialistas analisaram as técnicas psicológicas promovidas pela "New Age" e confrontarão as propostas deste movimento à espiritualidade cristã. Esta reunião é realizada depois de o Vaticano ter publicado em fevereiro do ano passado o documento "Jesus Cristo manancial de Água Viva. Uma reflexão cristã sobre a 'New Age'".

No documento, de cerca de cem páginas e preparado pelos Conselhos Pontifícios para a Cultura e o Diálogo Ecumênico, analisou-se o movimento, presente na música, no cinema, nas terapias e na retirada espiritual. Segundo o cardeal Paul Paupard, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, esta tendência religiosa, que mistura símbolos de diferentes religiões, apresenta-se como uma resposta "enganosa" à esperança mais antiga de felicidade do homem, que é "a esperança de uma 'Nova Era' de paz, harmonia, reconciliação consigo mesmo, com os outros e com a natureza".

Paupard garantiu que a "New Age" propõe teorias e doutrinas sobre Deus, o homem e o mundo "incompatíveis com a fé cristã" e que no Ocidente, onde mais se desenvolveu, é preciso saber que as respostas que o movimento dá "estão equivocadas" e que não se trata de uma nova religião. Embora não descarte um diálogo com a "New Age", o Vaticano advertiu aos católicos que fiquem atentos, já que essas idéias tentam afastá-los da fé e da espiritualidade evangélica".