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Internacional
Sexta - 11 de Junho de 2004 às 21:37

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Bagdá - A expansão de uma base militar pode ter danificado os restos da histórica cidade de Babilônia, motivo pelo qual líderes da ocupação americana do Iraque ordenaram a paralisação das obras e a abertura de uma investigação, disse uma fonte ligada à autoridade de ocupação.

L. Paul Bremer e o general Ricardo Sanchez - os líderes civil e militar da ocupação americana do Iraque, respectivamente - enviaram em 27 de maio uma equipe de arqueólogos para examinar a construção do Campo Alfa pelo Exército da Polônia.

A base foi criada no ano passado justamente para evitar que o sítio arqueológico fosse saqueado, dizia uma declaração divulgada pela autoridade de ocupação.

Os restos de Babilônia - um dos sítios arqueológicos mais importantes do planeta - foram ocupados por fuzileiros navais americanos logo nos primeiros dias da invasão do Iraque, iniciada em 20 de março de 2003.

Em setembro do ano passado, soldados poloneses e de outros países passaram a tomar conta do local. Babilônia fica cerca de 80 quilômetros ao sul de Bagdá.

Os líderes civil e militar da ocupação americana do Iraque ordenaram a paralisação das atividades de todos os operários que trabalham em Babilônia e seus arredores, disse uma funcionária da ocupação sob condição de anonimato.

As escavações para a contrução da base também estão paralisadas, assim como qualquer outra atividade que possa danificar o sítio arqueológico, prosseguiu a fonte.

Bremer e Sanchez ordenaram ainda o início do planejamento para um reposicionamento de tropas na área. As ordens foram assinadas em 1.º e 2 de junho, disse a porta-voz.

Investigadores disseram que "algum dano possivelmente já foi causado" e qualquer expansão da base polonesa danificaria o sítio arqueológico, comentou a fonte.

Autoridades militares polonesas disseram desconhecer que danos tenham sido causados ou que alguma investigação esteja em andamento. Ainda segundo essas autoridades, foram tomadas todas as precauções para proteger as ruínas.

Apesar dos cuidados tomados posteriormente, saqueadores atacaram os dois museus de Babilônia, roubando cópias de antigüidades e algumas peças originais nos dias que se seguiram à invasão do Iraque por forças estrangeiras lideradas pelos EUA.

A maioria das relíquias originais estava no Museu Iraquiano de Bagdá, que também foi alvo dos saques. Ainda hoje, mais de 13 mil objetos ainda estão desaparecidos, segundo a página do museu na internet.

Durante mais de mil anos, Babilônia foi uma das principais cidades do mundo. Foi lá que o rei Nabucodonosor II construiu os Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo. Também foi para lá que os hebreus foram deportados quando os babilônios conquistaram Jerusalém, em 586 a.C.v Entretanto, cerca de meio século depois, Babilônia começou a entrar em declínio após ser conquistada pelos persas sob comando de Ciro, o Grande.




Fonte: AP

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