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Sexta - 11 de Junho de 2004 às 15:03

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O Custo Unitário Básico (CUB), índice que afere a inflação no setor da construção, foi calculado em 0,13% no mês de maio em Mato Grosso. O percentual representa ligeira queda em comparação à variação de abril, quando o CUB ficou em 0,14%. É o quinto mês seguido em que o índice demonstra baixa em relação ao mês anterior. Em valores globais, o CUB ficou em R$ 717,88. Esse valor é equivalente a um prédio de oito andares e com apartamentos de dois quartos.

O índice de maio deste ano é similar ao do mesmo período de 2003, quando o CUB foi calculado em 0,11%. A diferença está no acumulado nos últimos 12 meses que, agora, aponta 10,73%, contra 27,18% em maio do ano passado. “O que percebemos é que, neste ano, o setor da construção está sofrendo menos com as altas em insumos. Mas não significa que os preços estejam baixos. É que os aumentos em 2001 e 2002 foram tão elevados que permitiram uma gordura para as empresas fabricantes”, analisa a engenheira civil do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Sheila Mesquita, responsável pelos dados.

O CUB apresenta duas variáveis: cesta básica da construção, com 41 itens, e mão-de-obra. Isoladamente, a cesta básica teve variação de 0,18%, contra 0,22% de abril. Ao todo, 18 produtos tiveram alta, 12 mantiveram seus preços e 11 apresentaram deflação. Sheila chama a atenção para a alta do aço para concreto, produto que tem forte peso no cálculo: 3,92%. Entre os produtos que tiveram deflação, destaque para a areia, com queda de 4%. Já o cimento, de grande impacto no cálculo, manteve seu preço estagnado. “O cimento é um exemplo de produto que subiu exageradamente nos dois últimos anos. Embora sem altas nos últimos meses, é um insumo com preço exagerado e cartelizado”, diz Sheila.

Em relação à mão-de-obra, variou apenas 0,04%. Sheila explica que a mão-de-obra tem impacto no cálculo normalmente no segundo semestre, após a finalização da convenção coletiva do setor, que está em discussão. “O primeiro impacto geralmente é no CUB de setembro e, o segundo, em dezembro”, relata. No cálculo, o CUB-maio foi composto em 65,33% pela cesta básica da construção e, em 34,67%, pela mão-de-obra.

A engenheira aproveita para alertar sobre a impossibilidade de comparação dos índices do CUB com outros cálculos inflacionários, entre eles o do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o da Fundação Getúlio Vargas (INCC). “Todos são cálculos sérios e idôneos, porém com metodologias diferentes. A comparação somente seria possível após um estudo comparativo dos métodos e objetivos de cada índice”, ressalta.

Ela destaca ainda que o CUB, como seu próprio nome diz, é um índice básico e, portanto, não prevê determinados itens em uma obra. “O uso de elevadores, por exemplo, não é previsto no CUB, bem como fundações especiais, instalações de incêndio e de ar condicionado”, exemplifica.

Para casa popular e galpões, os valores também são outros. No primeiro caso, o valor global está em R$ 410,74. Já, no segundo caso, em R$ 271,34. “O CUB é um índice importante para se ter noção do custo comum à maioria das obras, mas não entra – e nem é esse seu objetivo – em especificidades. O que sugerimos é que toda pessoa que for utilizar o CUB em seus cálculos telefone para o Sinduscon antes (65-627-3020) e se informe. Essa, aliás, é uma dica que deve ser observada em relação a todo índice inflacionário: o conhecimento sobre seus objetivos para a sua aplicação correta”, finaliza.




Fonte: Cuiabá/MT

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