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Missão denuncia violência no campo no Brasil
Membros da Missão Internacional de Investigação sobre Reforma Agrária apresentarão à Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) denúncias de casos de violência no campo e trabalho escravo no Brasil, informa a assessoria do Governo Federal. Formada por representantes da Fian, organização internacional de direitos humanos para o direito à alimentação, e da Via Campesina, coalizão global de organizações camponesas, a missão visitou comunidades de trabalhadores rurais dos estados do Pará, Minas Gerais e Pernambuco, entre os dias 3 e 7 de junho.
No último dia de trabalho, em Minas, quatro integrantes do grupo foram alvo de ataque de milícia armada, quando passavam de carro próximo a uma fazenda localizada em Montes Claros. Ninguém foi ferido mas, para a representante da Fian Sofia Monsalve, o mais preocupante do episódio é a sinalização de que os “trabalhadores rurais estão sujeitos cotidianamente à repressão de fazendeiros”.
Um dos objetivos da missão, formada por ativistas camponeses de dez países, é verificar os problemas de implementação da reforma agrária e a violência de fazendeiros contra camponeses e sem-terra. Segundo Sofia, o autor dos disparos foi identificado como o proprietário da fazenda, que já tinha sido denunciado por camponeses. Um representante da missão que estava no carro ainda teve tempo de tirar fotos no momento do ataque.
O material será incluído no relatório que a missão apresentará às Nações Unidas. “Ficamos muito chocados. Se o fazendeiro ataca uma equipe internacional, que é completamente pacífica, então, para nós demonstra, em carne própria, as violências que os trabalhadores no Brasil sofrem diariamente”, destacou a representante da missão. Segundo ela, o relatório sobre a situação no campo no Brasil deverá ficar pronto em agosto.
Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, último dia de trabalho do grupo no país, Sofia Monsalve cobrou mais agilidade do governo federal na implementação do Plano Nacional de Reforma Agrária. Para ela, a lentidão é resultado de problemas de operacionalidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e de parcialidade do poder Judiciário, que muitas vezes não observa o princípio constitucional da função social da terra. “O Judiciário é um dos principais obstáculos para fazer a reforma agrária na Brasil”, afirmou.
Segundo ela, as críticas ao governo no que se refere à reforma agrária foram levadas ontem ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. “Estamos preocupados, porque a meta é assentar 115 mil famílias esse ano e, segundo falou o ministro ontem para nós, só foram assentadas 17 mil famílias. Faltam cem mil e temos seis meses. O processo está muito lento”, criticou.
Sofia Monsalve destacou ainda que a lentidão no processo de reforma agrária acaba agravando o quadro de violações aos direitos humanos, principalmente o trabalho escravo. “A principal causa dessas violações aos direitos humanos é a falta de acesso à terra e à renda”, observou. Além do fortalecimento do Incra, a desburocratização dos processos de desapropriação de terras é fundamental para acelerar a reforma agrária, na avaliação da representante do Fian.
No último dia de trabalho, em Minas, quatro integrantes do grupo foram alvo de ataque de milícia armada, quando passavam de carro próximo a uma fazenda localizada em Montes Claros. Ninguém foi ferido mas, para a representante da Fian Sofia Monsalve, o mais preocupante do episódio é a sinalização de que os “trabalhadores rurais estão sujeitos cotidianamente à repressão de fazendeiros”.
Um dos objetivos da missão, formada por ativistas camponeses de dez países, é verificar os problemas de implementação da reforma agrária e a violência de fazendeiros contra camponeses e sem-terra. Segundo Sofia, o autor dos disparos foi identificado como o proprietário da fazenda, que já tinha sido denunciado por camponeses. Um representante da missão que estava no carro ainda teve tempo de tirar fotos no momento do ataque.
O material será incluído no relatório que a missão apresentará às Nações Unidas. “Ficamos muito chocados. Se o fazendeiro ataca uma equipe internacional, que é completamente pacífica, então, para nós demonstra, em carne própria, as violências que os trabalhadores no Brasil sofrem diariamente”, destacou a representante da missão. Segundo ela, o relatório sobre a situação no campo no Brasil deverá ficar pronto em agosto.
Em entrevista coletiva concedida nesta quarta-feira, último dia de trabalho do grupo no país, Sofia Monsalve cobrou mais agilidade do governo federal na implementação do Plano Nacional de Reforma Agrária. Para ela, a lentidão é resultado de problemas de operacionalidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e de parcialidade do poder Judiciário, que muitas vezes não observa o princípio constitucional da função social da terra. “O Judiciário é um dos principais obstáculos para fazer a reforma agrária na Brasil”, afirmou.
Segundo ela, as críticas ao governo no que se refere à reforma agrária foram levadas ontem ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto. “Estamos preocupados, porque a meta é assentar 115 mil famílias esse ano e, segundo falou o ministro ontem para nós, só foram assentadas 17 mil famílias. Faltam cem mil e temos seis meses. O processo está muito lento”, criticou.
Sofia Monsalve destacou ainda que a lentidão no processo de reforma agrária acaba agravando o quadro de violações aos direitos humanos, principalmente o trabalho escravo. “A principal causa dessas violações aos direitos humanos é a falta de acesso à terra e à renda”, observou. Além do fortalecimento do Incra, a desburocratização dos processos de desapropriação de terras é fundamental para acelerar a reforma agrária, na avaliação da representante do Fian.
Fonte:
Agrojornal
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/380934/visualizar/
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